Como lidar com o cansaço das videoconferências

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Reportagem SA+ -

Cada vez mais populares, reuniões virtuais exigem atenção dos participantes, o que nem sempre é fácil de manter

O diretor comercial de uma rede, que chamaremos de Omar, porque prefere não ser identificado, está a postos para mais uma videoconferência com um grande fornecedor. De um lado da mesa online, ele, seu colega de marketing, outro de logística, um de tecnologia, além do próprio dono da empresa. Do outro lado, os pares da indústria.

A reunião começa às 9h05 com uma agenda bem definida. Todos já dominam as regras. Cada um se esforça para ouvir o outro até o fim da argumentação (“senão vira bagunça”). O encontro tem Omar como mediador e todos entendem que a mediação é necessária para “não tumultuar.” Os participantes chegam na roda ainda mais preparados do que para uma reunião convencional. “Num encontro online, o tempo é mais rígido, e a atenção exigida, muito maior. São informações de diferentes áreas, argumentações de todos os lados. Se não houver um preparo anterior, tudo desanda”, comenta o executivo. Segundo ele, todo mundo tem que ter os dados na ponta da língua e as decisões bem alinhadas. Todos também são orientados a ser objetivos durante a conversa. Aliás, Omar sempre adverte os mais eloquentes a controlar seus impulsos de fala e detalhamentos desnecessários. “É um desafio para todos nós”, explica. A reunião às vezes bagunça, mas corre muito bem (em resultados práticos). Produtivo, interessante, mas extenuante. “Não sei o que acontece, economizamos tempo em locomoção, ficamos mais produtivos, mas com um cansaço de lascar. Acho que é normal. Com tanta mudança, estamos em fase de adaptação”, conclui.

Os especialistas explicam

Aspectos psicológicos pesam mais do que nunca

Muito da comunicação se perde – do tom da voz a expressões faciais e gestos físicos, o que obriga o participante a prestar mais atenção. A conclusão é dos professores Gianpiero Petriglieri, de comportamento organizacional do Insead , e Marissa Shuffler, de psicologia organizacional da Universidade Clemson . Ambos foram entrevistados pelo site brasileiro do El País na matéria "Por que as videoconferências nos esgotam psicologicamente".

A linguagem não verbal é o primeiro ingrediente da comunicação oral”, explica ao El País outro especialista, Yago de la Cierva, professor do IESE Business School , da Universidade de Navarra. “Equivale a mais de dois terços do que a pessoa quer compartilhar. Em uma videoconferência, isso fica muito limitado, o que desencadeia um esforço psicológico excessivo”, acrescenta. Alguns especialistas, entretanto, lembram que o cansaço não é só consequência das videoconferências, mas de tudo que envolve a Covid-19: os riscos de se contaminar, a preocupação com a família, o trabalho em casa, a incerteza sobre o futuro profissional, entre outros fatores. O importante é pavimentar bem o caminho com planejamento, reunião mediada, objetividade e colaboração conjunta.

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