Economia e gestão por Ricardo Amorim e Guilherme Benchimol

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Reportagem SA+ -

Ambos foram convidados especiais no V Fórum Nacional de Integração Varejo & Indústria, promovido por SA Varejo, ocasião em que falaram aos supermercadistas sobre temas fundamentais aos negócios

Com um capital de apenas R$ 10 mil, Guilherme Benchimol criou a empresa de investimentos  XP  , que ano passado captou nada menos do que US$ 2,25 bilhões com seu IPO na Bolsa norte-americana Nasdaq. Sua história de sucesso, ousadia e empreendedorismo tem inspirado muitos profissionais e empresas em todo o Brasil. No V Fórum Nacional de Integração Varejo & Indústria, Benchimol explicou que a XP segue o seguinte tripé cultural: sonho grande, mente aberta e espírito empreendedor. Inspire-se você também:
 

PALESTRA 01

Ghilherme Benchimol - CEO e fundador da XP Investimentos

Cultura da empresa
“Cultura não é aquilo que você escreve na parede, é aquilo que você exerce no dia a dia. Cultura é a forma como você atinge suas metas. Não conheço nenhum país ou empresa bem-sucedidos que não sejam cases fortes de cultura”

Desafio de ajustar a equipe
“Naturalmente há membros da equipe que não acompanham a evolução e, nesse caso, são necessárias medidas duras. Na XP, houve quem era bom na execução mas talvez não tão bom como líder. Em certos momentos, precisamos fazer mudanças por não crescer quanto poderíamos crescer. Faz parte do processo evolutivo. Me tira o sono perder o timão da meritocracia. É fundamental garantir pessoas certas, na posição correta, com metas e alinhamento para seguir crescendo no longo prazo. É fácil se perder nesse processo, colocar amigo ou alguém sênior e perder a meritocracia, matando a empresa por dentro”

Capacidade de adaptação
“O que trouxe a empresa até determinado estágio não é o que a leva adiante. No começo é preciso ser um executor, depois aprender a liderar, saber delegar. Deixar de fazer aquilo em que se era bom é um grande desafio”

Perfil ideal de funcionário
“Buscamos na XP quem aceita ficar mais inteligente a cada dia, não só apontando falhas mas trazendo soluções. Olho pouco o currículo e muito o nível de obstinação de cada um. Nosso conceito é quanto essas pessoas vão seguir firmes no que acreditam, não importando quantas vezes vão cair no caminho. É preciso cair, levantar, se tornar melhor e seguir em frente. Costumo dizer que não temos emprego, mas projeto de vida. Quem entra na XP precisa ter como meta ser meu sócio a longo prazo”

Como lidar com crises
“Crise é sempre oportunidade, pois mexe com o status quo. É um momento para o empreendedor aprender coisas novas, revisar procedimentos . O que não pode é ficar reclamando, encontrar culpados que não seja você mesmo. Se o carro enguiçar e você pedir ajuda sentado no capô, ninguém vai parar. Mas se você for atrás do carro e começar a empurrar, outras pessoas certamente vão te ajudar. Nas empresas, o melhor a fazer é ter comunicação clara com o time, ser transparente e ficar próximo do cliente. Todo mundo sofre na crise, mas alguns sofrem menos e outros até crescem, como foi o nosso caso. O líder deve inspirar o time a ver o copo meio cheio”

PALESTRA 02

RICARDO AMORIM - ECONOMISTA

Com lojas abertas durante todo o período de pandemia, o varejo alimentar foi um dos poucos setores a registrar crescimento em vendas na mais aguda crise econômica dos últimos 120 anos. Para o economista Ricardo Amorim, convidado especial do 5º Fórum Nacional de Integração Varejo & Indústria, o setor deve se preparar para um cenário “menos bom” nos próximos meses, influenciado pela redução no valor do auxílio emergencial e eventual término em dezembro – no auge da distribuição, o auxílio impactou 67 milhões de brasileiros com um valor mensal de R$ 600. “Mesmo assim eu sou otimista para 2021 e os próximos anos”, garantiu Amorim, explicando que o processo de estímulo econômico é parecido com nosso organismo: há drogas de efeito rápido – o auxílio emergencial, por exemplo – e outras de ação mais lenta porém duradoura. É o caso do cenário de redução da taxa de juros, disponibilidade de crédito e o fato de o pico do desemprego aparentemente ter ficado para trás. “Salvo crise externa ou uma crise fiscal no Brasil, é grande a chance de que nossa economia surpreenda e cresça bem nos próximos anos”, afirmou.

Ricardo Amorim lembrou que, após o colapso nos primeiros meses da pandemia, a economia entrou no processo de recuperação mais forte da história, com novo nível recorde de vendas do comércio geral e aceleração em todos os setores. O economista também respondeu às perguntas dos espectadores e dialogou com os varejistas da plateia virtual. Confira alguns dos pontos discutidos:

Custo do capital
“Deve haver redução do custo com aumento no capital ofertado. Quem mais se beneficia são instituições maiores e mais estabelecidas. O risco de inadimplência tende a ir caindo com o desemprego em queda”

Tecnologia
“Uma das grandes viradas da pandemia foi esse crescimento da transformação digital. Ela tem que fazer parte da estratégia de todo mundo como alavanca do negócio e do conhecimento do seu cliente, mas é só uma das ferramentas para isso. Ou seja, é meio e não fim”

Investir ou não?
“O varejo alimentar pode e deve ser arrojado em investimentos, mas com o cuidado de monitorar a aprovação da reforma administrativa, pois se o País tiver dificuldades com o lado fiscal, haverá aumento de custos com o tempo. Portanto, invista com cuidado de não alavancar demais seu negócio. À medida que o risco fiscal ficar para trás pode ir pisando mais no acelerador”

“A crise financeira foi aguda, mas seu pior momento durou pouquíssimo”

 

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