Lácteos têm potencial de vendas de R$ 22 bilhões para o varejo

Nova forma de trabalhar o segmento pode multiplicar faturamento nas lojas do setor

Mudar a cara da seção de lácteos é a da aposta da Danone, que tem alinhado seu portfólio às tendências de consumo, como saudabilidade e sustentabilidade. Para se ter uma ideia, todos os 180 SKUs sofreram alguma alteração. Além disso, só nos últimos 12 meses foram lançados 90 itens. Hoje, as inovações respondem por 25% do faturamento da empresa, que, neste ano, cresceu 10% até o momento.

“O consumidor está muito mais curioso em relação a ingredientes, aspectos nutricionais e à sustentabilidade do negócio”, afirma Mauricio Camara, presidente da divisão de lácteos e à base de vegetais da Danone. Ele conta que as mudanças não acontecem apenas no perfil dos produtos, mas também na maneira de se comunicar com o consumidor final. Atualmente, a comunicação, 100% digital, é criada internamente por uma agência própria. “Não acreditamos na divulgação de massa”, diz o executivo.

Já para o ponto de venda, uma das grandes oportunidades é cruzar categorias em vez de trabalhá-las isoladamente. Eduardo Gagliardi, vice-presidente de marketing da divisão de lácteos e à base de vegetal, lembra que, sozinhos, os iogurtes movimentam em torno de R$ 1,9 bilhão, sendo que as vendas estão estáveis. Mas, se forem considerados todos os produtos do segmento lácteo, incluindo os do novo perfil de consumo, o potencial sobe para R$ 22 bilhões, com alta de cerca de 11%.

Para se ter uma ideia, os iogurtes de alta proteína (foto), por exemplo, vêm crescendo a uma taxa de 131%, enquanto os shot probióticos, avançam 158%. Já nos mercados de orgânicos e zero lactose, a alta neste ano é de 50% e 104%, respectivamente. E entre os produtos de indulgência, as sobremesas prontas apresentam índices de 26% de crescimento.   

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