Supermercados transformam desperdício em dinheiro

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Reportagem SA+ -

Estratégias também contribuem para uma maior eficiência energética

Foto: Stock Adobe

Os supermercados estão mais atentos a agenda ESG e estão transformando o desperdício em dinheiro e implementando uma gestão de resíduos mais eficiente. O movimento não é exclusivo das grandes redes, embora grupos como GPA, responsável pela bandeira  Pão de Açúcar, e o  Carrefour, que tem sob seu guarda-chuva o Atacadão, tenham arrancado na frente.

De acordo com Lucio Vicente, diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil, a rede tem um compromisso global de promover a diminuição do impacto provocado pelo resíduo gerado pelas lojas ao meio ambiente e à sociedade. Ele ressalta que isso envolve o desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis para os produtos de marca própria, geração de renda para cooperativas de reciclagem, práticas de economia circular e combate à fome, entre outras iniciativas.

A iniciativa começou há 15 anos e vem se intensificando. “Em 2014, começamos a absorver o que seria descartado pelos produtores, por conta do padrão estético, para vender a preços 20% menores ou usar na fabricação de nossos produtos. Há dois anos também passamos a transformar o resíduo 100% alimentar em terra vegetal, um insumo que é comercializado em 48 das 100 unidades da rede”, explica o executivo.

No ano passado, o Carrefour Brasil doou 956 toneladas de alimentos, produziu 85 toneladas de coprodutos, comercializou 3.099 toneladas de produto único (fora do padrão estético) e evitou o desperdício de 4.140 toneladas de alimentos, além de coletar 51 toneladas de resíduos via logística reversa. No Atacadão foram produzidas 3.743 toneladas de compostagem e 2.847 toneladas de ração animal.

A rede Condor, que possui 56 lojas nos estados do Paraná e Santa Catarina, faz um trabalho de rastreabilidade e gerenciamento de categoria em parceria com fornecedores. De acordo com Maurício Bendixen, diretor de operações do Condor Super Center, hoje, menos de 1% das perdas é por validade. Com relação aos resíduos, ele explica que 90% do volume gerado são reaproveitados, seja por cooperativas parceiras, seja para doação a programas contra a fome e até para alimentação de animais silvestres em recuperação. Em 2021, a rede destinou 203 toneladas de alimentos para o programa Mesa Brasil.

Segundo dados da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), só no varejo, 42,5% das perdas de alimentos não perecíveis têm como causa a data de validade vencida. Ou seja, pela lei, passou da data de validade, não pode ser comercializado, nem consumir. Para minimizar essa perda, começam a se espalhar pelas grandes cidades as lojas que vendem produtos próximo do vencimento - período que pode variar de dois dias a alguns meses -, apelidadas pelos consumidores de “vencidinhos”. Os descontos chegam a 90%, quanto mais próximo do descarte, mais baratos ficam. Trata-se do avanço de um movimento conhecido internacionalmente como Best Before (melhor consumir até) que na União Europeia e países como o Reino Unidos, Estados Unidos e Canadá, já conta com regras claras para adoção.

O grupo Big firmou parceria com a empresa de biotecnologia Bioconverter para instalação de máquinas que transformam os restos de perecíveis orgânicos em um líquido que pode ser destinado ao sistema de esgotamento sanitário com segurança. Iniciado em 2021, o projeto contempla 55 lojas da rede.

O GPA foi uma das primeiras do setor a pensar em fontes de energia renovável. O trabalho começou em 2005 e a meta é chegar a 95% das lojas até 2024. Entre as ações adotadas está a instalação de usinas solares.

O estudo Geração Distribuída: Mercado Fotovoltaico, da Greener Consultoria, mostra que o varejo é o setor que mais usa energia solar, com 38% dos sistemas em atividade no país. E os supermercados ocupam a ponta do ranking com 74% das instalações comerciais, segundo a pesquisa.

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Fonte: Valor Econômico

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