Setor de beleza investe em ferramentas de venda digital para ampliar receita

L’Oréal registrou expansão de 10,6% nas vendas online no primeiro semestre de 2022, ante o mesmo período de 2021

Foto: Stock Adobe

De olho no crescimento das vendas online, o setor de beleza e higiene pessoal tem investido em ferramentas de vendas digital para ampliar a receita. Além disso, o segmento também está mais atendo as redes sociais. Segundo o Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) de Varejo, estudo elaborado pela Totvs em parceria com a H2R Pesquisas Avançadas e divulgado em julho, 81% dos varejistas que vendem produtos de beleza não estão apenas on-line, mas também nas redes sociais Instagram e/ou Facebook.

O levantamento mostra ainda que metade dos entrevistados estão investindo no uso de ferramentas de CRM, responsáveis por toda a gestão de vendas e relacionamento com o consumidor.

Outro estudo, este da consultoria Roland Berger, aponta que, no Brasil, 61% dos respondentes aprendem e descobrem sobre produtos e técnicas de beleza nas redes sociais.

Para se ter ideia, no primeiro semestre do ano a francesa L’Oréal, um dos maiores grupos de beleza no mundo, registrou expansão de 10,6% nas vendas online na comparação ao mesmo período de 2021, mesmo com o tráfego no varejo físico estando mais próximo do período pré-pandêmico.

No Brasil, onde as vendas totais do grupo cresceram 15%, parte importante veio dos canais digitais, disse Marcelo Zimet, o presidente da L’Oréal no país. “O online não deixa de crescer. O [varejo] físico está voltando, mas o peso das vendas online continua crescente na L’Oréal.”

O executivo ressalta que as categorias de beleza têm muita “afinidade” com o canal digital, por terem um poder de fidelidade maior entre os consumidores. Ele afirma ainda que a empresa quer ser uma beauty tech. “Mas mais do que isso digo que somos um ‘unicornossauro’, uma empresa de 113 anos de história, mas com espírito de inovação”, argumenta. Ele cita, por exemplo, a ferramenta de experimentação virtual, o ‘virtual try on’ (VTO), que permite o cliente simular o uso do produto em seu rosto na imagem da tela.

Zimet diz, também, que a taxa de conversão é muito alta no caso das ferramentas virtuais para diagnóstico de pele e no uso de ‘chats’ por WhatsApp com vendedoras especializadas no caso dos dermocosméticos.

Com forte presença digital, o Grupo Boticário afirma que os canais digitais ajudaram as marcas do grupo a chegarem ao faturamento recorde de R$ 18,1 bilhões em 2021, crescimento de 14,7% em comparação ao ano anterior. Destaque para vendas digitais (e-commerce) que cresceram 33% em 2021 frente ao ano anterior. Os avanços em digitalização e inovação também contribuíram positivamente para a estratégia omnicanal da empresa, destaca.

A  Natura &Co também está fortalecendo e investindo cada vez mais na digitalização de suas vendas. No segundo trimestre, as vendas habilitadas digitalmente alcançaram 49,5% da receita total, em comparação a 50,1% no mesmo período de 2021.

Por canais online, a companhia considera não apenas os sites, mas também as vendas por plataformas digitais de ‘social selling’ usadas pelas revendedoras, o que está mudando o jeito de ser feita a venda direta.

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