Faltam oportunidades de crescimento profissional para mulheres negras

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Reportagem SA+ -

Em média, o salário delas equivale a apenas 44% da remuneração de um homem branco no Brasil

A consultoria Indique Uma Preta  e a empresa de pesquisa Box1824 fizeram, ao longo de 6 meses, um amplo levantamento sobre a inclusão de mulheres negras no mundo corporativo brasileiro. Um das conclusões da pesquisa " Potências (in)visíveis: a realidade da mulher negra no mercado de trabalho " é que ainda são muitas as barreiras à inserção e ascensão nas empresas. Questionadas, 51% das entrevistadas revelaram que receber promoções foi difícil ou muito difícil nos últimos anos; 37% se disseram insatisfeitas ou muito insatisfeitas com esse fator; e 54% das mulheres negras de classe CDE afirmam que o reconhecimento profissional é difícil ou muito difícil.  

“Quando estabelecidas na carreira, ainda existe o desafio da transição entre empresas e a dificuldade de manter o nível hierárquico conquistado, uma vez que o mercado não promove essas mulheres a cargos mais qualificados com a mesma frequência com que outros perfis são promovidos”, analisa Verônica Dudiman, sócia e co-fundadora da consultoria Indique uma Preta.

Racismo no ambiente profissional

Com foco no mercado de trabalho formal e urbano, a pesquisa também questionou as mulheres negras de 18 a 65 anos sobre o impacto de experiências racistas no contexto profissional. Nada menos do que 44% delas se sentem inseguras para acreditar no seu potencial e trabalho; 42% temem se posicionar ou falar em espaços coletivos; 41% têm a qualidade de vida alterada, por exemplo por problemas relacionados à ansiedade e qualidade do sono; e 32% fazem alterações compulsórias sobre a estética para se adequar aos espaços de trabalho.

Busca pela 'super performance'

Diante de todo esse contexto, é comum entre profissionais negras  uma busca pela “super performance”. Em outras palavras, há um esforço constante por entregar o trabalho acima das expectativas e, assim, transpor o preconceito. O auto-desenvolvimento é a estratégia que elas encontram para conseguir dar retorno aos investimentos feitos por elas mesmas ou pela família para ter destaque e reconhecimento no trabalho. Essa super performance as coloca em situação extrema de cobrança, bem como de fadiga física e mental.

Para 44% das mulheres de classe CDE, a qualificação profissional é difícil ou muito difícil. Porém, mesmo com menos oportunidades, as mulheres negras pretendem continuar se aprimorando para o mercado de trabalho: 43% querem voltar ou continuar a estudar; 31% desejam fazer cursos específicos de capacitação em sua área; e 33% promovem esforços em busca de melhores condições de trabalho.

sob o ponto de vista dos líderes das empresas, existem barreiras como o desconhecimento da questão e uma visão enviesada dos avanços. “Por não se aprofundarem na multiplicidade de existências, o pouco que caminhamos em medidas afirmativas já é entendido como muito. Por isso acreditam na diversidade de forma mais superficial, sem entender suas múltiplas potencialidades e os benefícios para o negócio”, avalia Malu Rodrigues, pesquisadora cultural e estrategista de conteúdo da Box1824.

Esta semana, na qual é celebrado o Dia da Consciência Negra (20/11), é um bom momento para empresários e gestores reverem conceitos antigos e passarem a adotar uma visão mais inclusiva, o que é bom para a sociedade e também para os negócios.  

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