Perdas: chegou a hora de virar a chave

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Janaina Langsdorff - redacao@savarejo.com.br -

Especialista defende lançar nova visão sobre esse problema que afeta diretamente vendas e lucro

Quebrar paradigmas, mudar o mindset, inovar. É possível associar esses conceitos ao combate às perdas – problema que afeta diretamente vendas e lucro do varejo? Uma coisa é certa: vale a pena tentar. Mais do que nunca, é preciso lançar uma nova visão sobre velhos problemas. Um começo é reavaliar a forma de acompanhar e calcular os indicadores. É o que afirma Eduardo de Araújo Santos, fundador e CEO da EAS Soluções em Prevenção de Perdas e Logística.

O especialista explica que, na maioria das vezes, a mensuração das perdas foca principalmente a segurança patrimonial. “Na verdade, esta é apenas uma consequência. A causa reside nas vulnerabilidades operacionais do negócio”, explica Santos, com base em projetos de que participou envolvendo grandes redes do Brasil, Chile e México. “Em um dos trabalhos, descobrimos que o problema era de abastecimento e conseguimos reduzir as perdas pela metade”, lembra.

Para ele, é interessante que o varejo tome como principal referência seus próprios números internos de perdas e sua evolução ao longo do tempo. Dessa forma, ele explica, evita-se uma comparação com índices que podem ter sido calculados de maneira diferente dos seus. O CEO da EAS Soluções observa que, enquanto uns consideram a venda líquida, outros utilizam as vendas brutas. Há ainda os que levam em conta o inventário mensal e os que tomam por base intervalos mais extensos, dando margem a possíveis distorções. “O ideal seria que as redes fossem incentivadas a publicar seus dados de perdas e desperdício em relação às vendas e à metodologia utilizada para medição”, comenta

“Perdas elevam preço e reduzem margens, prejudicando varejo e cliente. Além disso, menos quebras significam maior produtividade” EDUARDO DE ARAÚJO SANTOS
CEO - EAS Soluções em Prevenção de Perdas

Quer entender mais dessa visão?
Confira o que o especialista sugere ao varejo:

  • Na hora de calcular as perdas, a recomendação de Araújo é separar os índices por formato, já que cada operação tem suas particularidades. É inviável, por exemplo, colocar no mesmo grupo atacarejos e lojas de conveniência
  • Cada varejista, na opinião do especialista, deve desenvolver um método baseado nas características do seu processo operacional. Dessa forma, gradativamente, padrões concretos de comparação começam a ser estabelecidos, mostrando um “raio X” mais realista das perdas na organização
  • Estabelecer referências e exemplos de sucesso internos é outra recomendação. A ideia é descobrir, por exemplo, qual loja tem a melhor performance e transformá-la em modelo para toda a rede, assim como as que contam com as melhores equipes, infraestrutura, disciplina na execução, entre outros pontos
  • Estudar todas as dimensões da cadeia de abastecimento de forma integrada para ter visão ampla também é essencial. Afinal, é importante garantir a acuracidade de dados como estoque, margens, sortimento, ruptura, etc. “Não dá para tratar o problema de forma isolada”, afirma o CEO da EAS Soluções
  • Agregar novas ferramentas para combater as perdas, garantindo maior eficiência operacional, é outro aspecto importante nos dias de hoje. “Muitas vezes, o problema já é conhecido, mas falta solução. É aí que entram, por exemplo, as startups”, ressalta Araújo

NOVOS TEMPOS

É preciso acompanhar as transformações do varejo. As demandas vindas, por exemplo, do e-commerce, exigem uma atenção especial. Comprar pela internet e retirar na loja é uma realidade que supostamente pode aumentar as perdas em função do aumento de estoques nas lojas. “Mas isso não quer dizer que esse tipo de serviço deva ser desprezado. É preciso se adaptar à evolução do comportamento do consumidor”, diz Eduardo de Araújo Santos, CEO da EAS Soluções. O autoatendimento também pode gerar mais perdas. Má-fé do consumidor? Nada disso.

A falta de costume das pessoas em manusear e registrar os produtos é que pode gerar o problema. “Mas não significa que uma demanda tão latente do varejo deva ser desconsiderada. E, sim, que é necessário buscar uma tecnologia que facilite o trâmite de registro”, finaliza Araújo.

 

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