Dia registra prejuízo de EUR 154 milhões no Brasil e avalia saída do país

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Reportagem SA+ -

Competição acirrada com atacarejos é um dos principais motivos para a deterioração nos resultados financeiros da companhia


Foto: Divulgação

No Brasil, as operações do Dia , varejista espanhola, registraram prejuízo de EUR 154 milhões no ano passado – um aumento de aproximadamente EUR 82 milhões em relação a 2022. A companhia também registrou queda de 12% nas vendas de mesmas lojas, encerrou 18 PDVs e finalizou o ano com 590 unidades.

Segundo a empresa, as operações no país sofreram com uma “deterioração nos resultados financeiros, afetados pelo contexto de mercado altamente competitivo, o que levou a iniciativas promocionais”. Além do prejuízo dobrado, a rede também tem fluxo de caixa negativo e vem sentindo o impacto da concorrência com os atacarejos, um dos modelos de negócio que mais cresceram em vendas no ano passado, segundo a NielsenIQ.

Representantes da empresa ainda relatam que estão avaliando opções estratégicas sobre as operações no Brasil, dado a performance financeira, e devem tomar uma decisão ainda neste ano sobre o seu futuro, conforme informamos em novembro de 2023, quando a empresa contratou a Lazard para buscar um novo investidor em suas operações no Brasil .

Os resultados em território nacional estavam abaixo do esperado. Segundo o apurado pelo Valor, as negociações avançam lentamente, porém o varejista mantém seu plano de saída do país para 2024.

Durante uma videoconferência para comentar sobre as decisões estratégicas do portfólio, Martín Tolcachir, CEO global do Dia, disse que há um processo de “reposicionamento do core” do grupo para fechar operações em andamento e o Brasil foi um dos países citados.

Nos últimos anos, outras redes estrangeiras também deixaram o Brasil, como é o caso do Makro, Walmart e Casino com sua participação no GPA. Percebe-se também mais fechamento de negócios do que entradas, especialmente no comércio alimentar. 

Essa desglobalização no comércio varejista físico se dá principalmente pela dificuldade de adaptação das redes estrangeiras e o cenário competitivo cada vez mais acirrado. 

Em relação ao Walmart, por exemplo, a saída foi incentivada pelos resultados abaixo do esperado e a complexidade tributária. Para José Barral, membro do conselho da SA+ Ecossistema de Varejo e ex-CEO do Sonda, até mesmo com o Carrefour, empresa francesa que lidera os rankings do varejo alimentar brasileiro, podemos perceber que o maior negócio atualmente é o Atacadão – uma bandeira nacional.

O executivo ainda comenta que os grupos podem evoluir e crescer, mas há uma forte concorrência com redes regionais como Muffato, Mateus e Pereira, e cita o exemplo do Cencosud, varejista chileno dono de bandeiras como Giga Atacado e Prezunic, que demorou para se acertar no país.

Em movimento contrário a essa tendência, a Oxxo, rede mexicana, tem se expandido cada vez mais desde a sua chegada no país em 2021 e hoje atua com mais de 350 lojas.

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Fonte: Valor Econômico

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