No Grupo Mateus, tecnologia e inovação estão no DNA

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Alessandra Morita - alessandra.morita@savarejo.com.br -

Startups, apps e espaço de inovação fazem parte do dia a dia dos negócios da rede maranhense

Uma das maiores do País, a rede maranhense  Mateus  aposta em tecnologia para dar suporte ao seu crescimento desde o início dos anos 1990. Startups, aplicativos, e-commerce, espaço de inovação. Tudo isso já faz parte do dia a dia dos seus negócios

FÍSICO E DIGITAL
A empresa inaugura lojas já com o ERP desenvolvido internamente e é mantenedora do  Black Swan , espaço voltado à inovação, um projeto do sucessor Junior Mateus

O Grupo Mateus conta com 117 lojas entre varejo, atacarejo e unidades especializadas em eletroeletrônicos, presentes no Maranhão, onde nasceu a empresa, Pará e Piauí. Seu faturamento anual gira em torno de R$ 8,3 bilhões. Em entrevista coletiva realizada em janeiro deste ano, o fundador, Ilson Mateus, afirmou que a empresa pode se tornar em breve a quarta maior do ranking brasileiro do autosserviço, posto ocupado hoje pela chilena Cencosud , com receita anual de R$ 8,5 bilhões. Quem vê de fora a história da rede maranhense naturalmente a associa a estratégias como expansão, atendimento e gestão. E está correto. Mas, por trás disso tudo, há o uso da tecnologia a serviço da inovação, o que nem todo mundo sabe.

Aos 34 anos, Junior Mateus, sucessor e responsável pelas áreas de TI e RH, foi quem iniciou e vivenciou as iniciativas nessa área ao lado do atual gerente de desenvolvimento, José da Guia. As ações passam por ter o próprio sistema de gestão, hoje comercializado para outras empresas, aplicativos, e-commerce e criação e fomento de startups. “Desde pequeno sempre gostei de computador, de mexer nas coisas. Dava um certo trabalho para o pessoal da TI”, recorda-se Junior, de maneira divertida. “Logo descobri que era disso que eu gostava. Aliás, me sinto feliz com as duas áreas em que atuo hoje no Grupo: tecnologia e de pessoas”, conta.

MENTE ABERTA E CARTA BRANCA
A tecnologia entrou no Grupo Mateus no início dos anos 1990, quando, em suas viagens, o fundador, Ilson Mateus, conheceu os primeiros sistemas e viu neles uma maneira de tornar a empresa mais competitiva. A partir daí, vieram os computadores e softwares para PDV e acompanhamento de estoques. “Meu pai tem uma mente aberta. Sempre questionou aquela ideia de ‘vamos fazer dessa forma porque sempre foi feito assim’. É uma pessoa disposta a testar. A todo lugar que vai, ele carrega o iPad para fazer anotações, além de ser muito ativo nas redes sociais”, conta o filho. “Isso nos ajudou muito em nossas investidas na área tecnológica e de inovação”, completa.

“Nossas ferramentas, desenvolvidas internamente, buscam maior eficiência, melhoria na forma de acessar informações e soluções para as demandas e dores que surgem na companhia” JUNIOR MATEUS sucessor e responsável pelas áreas de TI e RH do Grupo Mateus

PRIMEIRAS INICIATIVAS
O fornecedor de soluções contratado pelo presidente do Grupo permaneceu com a companhia durante cerca de 20 anos. Nessa época, a evolução do negócio demonstrou que a empresa contratada encontrava dificuldades para acompanhar a velocidade de crescimento da companhia. Por conta disso, o Grupo decidiu desenvolver sua própria solução de gestão, o que exigia criação de uma estrutura interna. “Eu e o Zé da Guia iniciamos, em torno de 2010, a área, que contava com três estagiários, criando relatórios para ajudar diversos setores da empresa”, explica Junior. Com o tempo, o setor foi crescendo e a equipe aumentando para 10, 15 pessoas, até chegar às atuais 100.

O primeiro sistema completo desenvolvido foi o da indústria de pães – que fabrica produtos para todas as filiais do Grupo. Em paralelo, a equipe trabalhava em ferramentas de loja, estoque, financeiro, contábil. Há cerca de três anos, a solução própria já havia substituído a terceirizada nas filiais. “Terminamos com o centro de distribuição”, conta Junior. Hoje, todas as unidades já são inauguradas com o software próprio da companhia.

IT HAPPENS
A equipe do It Happens é formada pelo grupo de desenvolvedores de soluções que trabalhavam no Grupo Mateus até a decisão de formar uma empresa à parte

STARTUPS EM NOVO ESPAÇO
Criado em dezembro do ano passado, o Black Swan abre espaço para startups, que passam por processo seletivo. Elas são avaliadas em critérios como caráter inovador da solução e escalabilidade, entre outros

 

EMPRESA PRÓPRIA DE TI E STARTUP E INOVADOR
Em função do crescimento, a área de tecnologia foi transformada em uma empresa à parte, que inicialmente funcionava no próprio prédio do Grupo, mas em um ambiente separado. A It Happens, como é chamada, reúne apenas o pessoal focado no desenvolvimento de soluções que não estão associadas ao ERP – já os demais profissionais, responsáveis pelo suporte do sistema de gestão, permaneceram mais próximos das áreas que precisam atender no dia a dia. Como o espaço físico destinado ao novo negócio era grande, Junior, por sugestão do amigo Rômulo Martins, decidiu convidar quatro startups para trabalhar no local. “A ideia era entender a cultura delas e promover a troca de experiência com a nossa turma interna”, explica o sucessor.

Dessa convivência nasceu a startup Niduu, voltada à educação corporativa, que pertence a Junior e Rômulo. A solução, que utiliza técnicas de gamificação para capacitar colaboradores de todos os níveis e formação, foi testada no Grupo Mateus. Em maio deste ano, a Niduu foi eleita uma das empresas mais inovadoras do País, de acordo com o ranking 100 Startups to Watch, realizado em parceria pelas revistas Pequenas Empresas Grandes Negócios e Época Negócios e pelas consultorias Corp.vc e EloGroup .

ESPAÇO DE INOVAÇÃO
Com o avanço de novos projetos, a área destinada à equipe do It Happens e à Niduu voltou a ficar pequena. Junior conta que, para acomodar os times, arrendou novamente um local maior. O espaço adicional deu pontapé para a criação do Black Swan, em dezembro do ano passado, cuja proposta é desenvolver o ecossistema da inovação, conectando empresas a startups. O projeto conta com três mantenedores: o Grupo Mateus, uma universidade e uma agência de publicidade. “Temos uma lista de 20 empresas com quem estamos negociando”, afirma o sucessor.

Ele explica que, para se instalar no Black Swan, as startups passam por um processo de seleção. A empresa mantenedora abre um edital apontando seus problemas específicos. As startups se inscrevem e são avaliadas em critérios como caráter inovador da ideia, escalabilidade, quem são os fundadores, nível de maturidade das pessoas envolvidas, etc. As melhores se instalam no espaço e contam com consultoria para desenvolver suas inovações. Mas precisam seguir uma metodologia definida pelos organizadores do Black Swan e apresentar resultados.

O primeiro edital foi do Grupo Mateus, que selecionou cinco startups. Uma delas não se adaptou ao modelo de trabalho e saiu do espaço no primeiro mês. Agora é a vez de o próprio Black Swan lançar seu edital para recrutar startups. “A diferença é que, enquanto o do mantenedor parte de problemas existentes, o nosso é mais abrangente”, explica Junior, que, atualmente, tem ficado mais no espaço em função do foco no Niduu. Já no Mateus, o sucessor está mais na estratégia das áreas de RH e TI, trabalhando com seus gestores, responsáveis pelo dia a dia. Para ele, não há dúvidas sobre os benefícios da tecnologia para o Grupo. “Hoje, desenvolvemos soluções rápidas e garantimos ferramentas que melhoram continuamente a gestão e E-COMMERCE em todas as áreas”, finaliza.

E-COMMERCE E APLICATIVO DE DESCONTOS

De olho em uma melhor experiência para o shopper, o Grupo Mateus investiu recentemente no e-commerce e em um aplicativo de descontos. Nos dois projetos, desenvolvidos internamente, foram realizados testes com colaboradores para entender o funcionamento e necessidades de melhoria. Lançado neste ano, o ecommerce está oferecendo inicialmente eletrônicos e algumas categorias, como papelaria, bebidas e higiene e beleza. Por enquanto, atende apenas a cidade de São Luiz. “Ainda estamos aprendendo, mas queremos levar o serviço a outras regiões e ampliar o sortimento para todos os produtos presentes em nossas lojas, mesmo sabendo que existe um grande desafio na venda online de perecíveis”, explica Junior Mateus. Segundo ele, para entender melhor o comércio eletrônico, a companhia lançou há cerca de dois anos o site Canto do Chefe, voltado ao mercado de foodservice. “Achamos melhor iniciar com o segmento B2B, que é menos complexo”, comenta. Para Junior, a estratégia deu certo, pois a venda online ao consumidor final está dentro das expectativas da companhia. Outra iniciativa recente é o aplicativo de desconto, que pode ser baixado no celular. O cliente seleciona as ofertas e, ao passar pelo checkout da loja, informa o CPF. Testado com cerca de 1000 pessoas da equipe interna antes do lançamento, a ferramenta conta com 100 mil usuários ativos. Já está sendo desenvolvida uma versão para o Pará, já que a atual atende apenas o Maranhão.

 

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