2019 melhor, mas com grandes desafios

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Patrícia Büll - redacao@savarejo.com.br -

Do ponto de vista macroeconômico, as perspectivas são boas. O que não é diferente para os varejistas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e de Minas Gerais, que projetam aumento nas vendas e abertura de novas lojas em 2019. As associações de supermercados desses Estados apontam, com a mudança de governo, avanço nas reformas estruturais e volta da confiança para traçarem prognósticos otimistas. Mas, para surfar nessa nova onda de crescimento, há desafios que precisam ser enfrentados

Inaugurações a todo o vapor
A abertura de lojas continua sendo uma das principais apostas do varejo regional desses Estados para crescer

“A questão da mão de obra é sempre muito desafiadora para o setor, e aqui em Minas não é diferente. Por isso ter treinamento intenso é muito importante”
Antônio Claret Nametala Superintendente da entidade

Minas
Investimento em inaugurações alcançará R$ 520 Milhões

4% Alta nas vendas para 2019

2,9% Alta nas vendas em 2018

70 Novas lojas deverão ser inauguradas neste ano no Estado

Para este ano, a Amis (Associação Mineira de Supermercados) espera um crescimento de 4% real nas vendas sobre o ano passado, quando a alta alcançou 2,98%. “A expectativa é de que o novo governo traga mais estímulos ao crescimento econômico, facilitando os investimentos e a geração de empregos. E isso se reflete em nossa projeção”, afirma Antônio Claret Nametala, superintendente da entidade. Ele descarta, inclusive, qualquer revisão por conta da tragédia de Brumadinho. “A promessa da Vale de descontinuar dez barragens a montante é um alívio porque diminuem os riscos de que novas tragédias aconteçam. A nossa projeção de vendas para o ano não muda com essa nova perspectiva porque a empresa afirmou que não haverá corte de empregos. Assim, trabalhamos com a vinculação da renda”, diz o superintendente da associação.

A promessa de abertura de lojas também é reflexo do otimismo. Segundo Claret, a previsão são 70 novas unidades ao longo deste ano – uma a mais do que as 69 abertas em 2018 – alcançando investimentos de R$ 520 milhões. Quanto à mão de obra, a previsão é de que 7,5 mil novos postos de trabalho sejam criados no setor. Mas vem daí, justamente, um possível entrave para o setor neste ano.

“A questão da mão de obra é sempre muito desafiadora para o setor, e aqui em Minas não é diferente. Por isso ter treinamento intenso é muito importante, sobretudo porque, desde o ano passado, as inaugurações, antes concentradas na Grande Belo Horizonte, estão se expandindo para além da capital, exigindo maior dedicação para competir de igual para igual com grandes redes”, afirma Claret.

“Com o avanço da tecnologia, o setor precisa agregar maior valor aos seus serviços, proporcionando experiência de compra para o consumidor estar nos pontos físicos”
Fábio Queiróz Presidente da Asserj

Rio
Ter uma nova visão do negócio é essencial para garantir crescimento sustentável no setor

1% Expectativa de aumento das vendas 2019

0,15% Variação de vendas no Estado 2018

Entre os três Estados, o Rio de Janeiro é o mais conservador em relação às expectativas para 2019. Mesmo apostando na estabilidade política tanto do Estado quanto do governo federal e, portanto, esperando mais investimentos, Fábio Queiróz, presidente da Asserj (Associação dos Supermercados do Rio de Janeiro), acredita em um aumento de 1% na receita em 2019, contra 0,15% na do ano passado. Sem falar em números, Fábio acredita em abertura de lojas, focadas, principalmente, em experiência de compra. A entrada da Amazon no Brasil – já comercializando a categoria limpeza – e o crescimento do canal farma em categorias de cosméticos e nutrição infantil são apontados por Queiróz como alguns desafios que o setor irá enfrentar em 2019. “Com as mudanças tecnológicas e comportamentais, os empresários precisam cada vez mais ter pessoas qualificadas em suas lojas”, avalia. Por isso, a Asserj oferece cursos de capacitação em diversas áreas.

As dificuldades, segundo Queiróz, que também é vice-presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), passam por ter uma nova visão do negócio. “Com o avanço da tecnologia, é preciso agregar maior valor aos seus serviços, proporcionando verdadeiras experiências de compra para que o consumidor esteja nos pontos físicos. Cada vez mais os supermercados devem ser um grande ponto de encontro”, afirma. Aprimorar os processos logísticos e explorar mais o e-commerce também são desafios a serem enfrentados. Embora reconheça que os avanços em termos digitais sejam gradativos, ele pontua que o Estado já possui redes que são referência em e-commerce. Como exemplos, cita os grupos Zona Sul, SuperPrix e o Pão de Açúcar. “O Zona Sul, inclusive, já atende com Samsung Pay e Bitcoin”, afirma.

“Em busca de melhores preços, os consumidores estão migrando para o médio e grande supermercado, impondo desafios para o pequeno”
João Falqueto Presidente da Acaps

Espirito Santo
Dezoito novas lojas serão inauguradas ao longo deste ano

3,5% Crescimento das vendas em 2019

2,9% Crescimento das vendas em 2018

Os supermercados do Espírito Santo deverão crescer 3,5% real neste ano. No ano passado, o faturamento subiu 2,9% em relação a 2017. Segundo a Acaps (Associação Capixaba de Supermercados), a projeção para 2019 se baseia em fatores como o aquecimento do mercado imobiliário e a fusão Fibria-Suzano, que devem gerar emprego e ampliar a massa salarial. A inauguração de lojas também irá colaborar para os números. A expectativa é de que sejam inauguradas 18 unidades ao longo do ano, sendo dez no primeiro semestre. Apesar disso, João Falqueto, presidente da Acaps, acredita que haverá desafios, sobretudo para o micro e pequeno varejo.

“Em busca de melhores preços, os consumidores estão migrando para o médio e grande supermercado, e o pequeno empresário está sentindo. Isso afeta especialmente aqueles que não estão associados às centrais de compras, pela dificuldade de negociação. Os pequenos conseguem atender as compras de urgência, mas não se seguram na concorrência do dia a dia”, avalia.

Outro desafio, diz ele, é o fato de o setor supermercadista ser porta de entrada para o primeiro emprego da população. “Quando a economia está aquecida, essas pessoas acabam migrando para outras atividades, que oferecem uma remuneração maior, como é o caso da indústria. Nesse processo, o setor precisa de requalificação, e isso tem um custo”, conclui o presidente da Acaps.

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