Entenda até onde vai o ritmo frenético de expansão do Assaí, a multiplicação das vendas e a visão de futuro

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Alessandra Morita: alessandra. morita@savarejo.com.br -

À SA Varejo, a companhia explicou a evolução do modelo, por que vem ampliando sortimento e o que está fazendo para os custos não subirem a ponto de impactar a proposta de preço do formato


Foto: Divulgação


Considerando que o concorrente Atacadão reporta seus resultados dentro do Grupo Carrefour Brasil , o Assaí pode ser visto como a maior empresa individual de cash & carry do País, com faturamento de R$ 39,4 bilhões em 2020. Já nos primeiros nove meses deste ano, a receita líquida foi de R$ 30,3 bilhões. O ritmo de expansão é frenético. A empresa deverá fechar o ano com mais de 210 unidades em 23 Estados e o Distrito Federal. Com isso, serão 28 novas lojas em 2021. Para o ano que vem, foram anunciadas de 16 a 18 filiais orgânicas e 40 conversões dos 71 hipermercados da marca Extra adquiridos do GPA . As unidades restantes só serão transformadas em 2023, quando a expectativa é de que o Assaí ultrapasse 300 lojas. E, em 2024, a companhia estima atingir um faturamento anual de R$ 100 bilhões.

De acordo com Anderson Castilho, vice-presidente de operações da companhia, esses são os principais fatores que levarão a essa receita:

  • Expansão orgânica contínua
  • Maturação do parque de lojas inauguradas, que demora entre três e cinco anos no caso das aberturas orgânicas. Já nas conversões de hiper para cash & carry, o resultado é positivo no primeiro ano, com amadurecimento no segundo
  • O aumento do sortimento e de serviços, que atrai maior fluxo de clientes para as lojas, ajudando as vendas nas unidades com mais de um ano de operação. “Além disso, temos um olhar regionalizado sobre o mix, pois atuamos com células comerciais segmentadas por região”, explica Castilho.

 

“Pela nossa experiência com a conversão de 20 hipermercados em assaí, quando estávamos integrados ao gpa, o faturamento das lojas aumenta, em média, 3 vezes após a mudança”
Anderson Castilho, vice-presidente de operações do Assaí

 

Potencial de crescimento

Mesmo com o ritmo alucinante de aberturas, ainda há possibilidade de continuar crescendo com forte capilaridade pelos próximos cinco anos. É o que explica Anderson Castilho, vice-presidente de operações do Assaí. Há espaço, por exemplo, em cidades menores de diversos locais do País e também em Estados como Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além da oferta de lojas/habitante, a aceitação do consumidor é um dos impulsionadores do formato. É o que o Assaí identificou em uma pesquisa feita para entender se as pessoas físicas que passaram a comprar na rede permaneceriam nela diante de uma melhora financeira. O índice dos que disseram que ficariam por terem gostado e entendido o benefício oferecido pelo formato foi de nada menos do que 98% dos entrevistados.


62% das famílias Já se abastecem no cash & carry, segundo dados da Nielsen


O vice-presidente de operações lembra que o cash & carry vem passando por mudanças nos últimos dez anos. No caso do Assaí, por exemplo, até 2010, o parque original era de lojas com estrutura menor e pouca iluminação e comodidade para o cliente, enquanto as unidades atuais são maiores e mais iluminadas e utilizam equipamentos modernos na área de vendas. Soma-se a isso o uso de automação para ganhar velocidade e eficiência nas operações.

Sobreposição de lojas

Segundo Anderson Castilho, a avaliação do ponto onde uma loja será construída é determinante para o sucesso da estratégia de expansão da empresa. Aspectos como impacto nas vendas de outra são sempre analisados. Por conta desses cuidados, diz o executivo, a empresa apresenta venda por loja superior à de muitos concorrentes. “Estamos chegando com a segunda loja em Porto Velho (Rondônia), que fica na outra extremidade da cidade, atendendo um público diferente e que, portanto, não tira faturamento da outra unidade”, exemplifica. A compra das 71 lojas Extra Hiper do GPA segue a mesma lógica. “Elas não vão impactar as nossas filiais ou o nosso plano de expansão, pois estão em regiões em que não conseguiríamos abrir uma loja por questões imobiliárias, por exemplo”, ressalta Castilho.


Participação dos públicos

70% Pessoas físicas

30% Transformadores, pequenos comerciantes etc.

Com a retomada da economia, a expectativa é de que o público formado por transformadores, comércios menores etc. eleve sua fatia para 40%, com o consumidor final descendo a 60% – patamar anterior à pandemia.4


Ampliação do sortimento e dos serviços

Para o vice-presidente de operações, o mix trabalhado atualmente consegue atender bem o consumidor final. “Estamos olhando para o consumo do dia a dia, sobretudo de perecíveis, e atualizando nossas categorias”, explica. O açougue é um dos serviços que vêm ganhando presença nas lojas da rede.

Trata-se de uma parceria com a JBS , no programa Açougue Nota 10, que trabalha sob pilares como abastecimento, execução, precificação, rendimento/quebra e promoção, ajudando na padronização dos produtos vendidos. 

Mais de 50 lojas Assaí têm esse modelo de açougue. Entre elas a de Carapicuíba, Araçatuba e Santa Bárbara d’Oeste, em São Paulo

“Há, contudo, casos de lojas que não comportam a seção em função da estrutura, entre outros aspectos”, explica Castilho. Ele acrescenta que o modelo de açougue adotado facilita a operação e conta com perdas baixas, pois não há desossa. Além disso, a carne pode ser rastreada e há apoio de treinamento para a equipe interna. Mesmo optando por um tipo de parceria que absorve boa parte da complexidade agregada pela seção, os custos adicionais acabam sendo uma realidade, sobretudo com mão de obra.

Para Anderson Castilho, apesar disso, é possível acrescentar uma massa importante de faturamento à loja em função do aumento no fluxo de pessoas. Ele também reforça que a busca pela redução de despesas em geral é constante no negócio, ajudando a equilibrar a inclusão de serviços. O vice-presidente de operações lembra, por exemplo, que a companhia paga menos pela energia realizando a compra no mercado livre. Também adota um sistema de ar condicionado avançado, com preço cerca de 30% superior, mas cuja economia paga o investimento rapidamente e reduz o custo operacional.


8.000 a 9.000 itens são oferecidos, em média, nas lojas da empresa

5.000 SKUs era o mix trabalhado pela rede há dez anos
 


Atuação Digital

Desde setembro deste ano, o Assaí está vendendo online os produtos do seu sortimento por meio de uma parceria com a Cornershop by Uber, com possibilidade de entregar em 90 minutos, sem limite de compra e com os mesmos preços das lojas físicas. “Estamos indo com cautela, pois sabemos que entregar alimentos não é simples. Entendemos que a Cornershop tem uma prestação de serviços bacana e agora estamos em andamento com outro parceiro”, conta Castilho. A ideia tanto é evoluir nesse segmento que a companhia possui um time de tecnologia focado nisso.


Futuro do atacarejo

Para Anderson, o formato continuará sua evolução dos últimos anos. “Estamos olhando para a frente e vendo o que transformar no parque de lojas para beneficiar o cliente sem impactar o dia a dia. A cada loja nova buscamos uma melhoria”, diz o executivo.


LEIA MAIS SOBRE O FUTURO DO ATACAREJO

Matéria original na revista de dezembro/2021

Qual é o futuro do atacarejo no Brasil?

Savegnago buscará sinergias entre varejo e cash & carry

Operação de atacarejo do Grupo Mateus alcança um ano de vendas em apenas 9 meses


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