Supermercados com self checkout têm perdas até 147% maiores

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Por Alessandra Morita -

É o que mostra estudo feito no varejo europeu. Saiba qual o cenário aqui no Brasil

Foto: istock

As lojas europeias que trabalham com self checkouts fixos apresentam um índice de perdas de mercadorias entre 33% e 147% superior ao de supermercados que não operam com esses equipamentos. A conclusão é de um estudo patrocinado pela ECR Europa, que contou com a participação de 13 varejistas.

Conduzido por universidades, responsáveis pela validação científica e metodológica, o levantamento analisou 140 milhões de transações nos autocaixas, sendo que 17 milhões foram comparadas com os vídeos das câmeras de segurança que registraram as respectivas compras.

O trabalho foi complementado com entrevistas feitas com 73 stakeholders desses varejistas, incluindo fornecedores de tecnologia. Além dos self checkouts fixos, foram incluídos na análise o modelo scan & go e as soluções que permitem ao cliente escanear os produtos a partir do próprio celular.

Embora tenha sido feito em 2018, o estudo continua refletindo o problema de forma relevante, afirma Eduardo de Araujo Santos, consultor de varejo da EAS Soluções e membro do Conselho do Varejo da Associação Comercial de São Paulo. “Os dados ainda são válidos, pois não tem havido uma mudança muito grande da tecnologia empregada nos equipamentos. Isso deve ocorrer principalmente a partir de agora, uma vez que a pandemia provocou uma aceleração no desenvolvimento tecnológico”, explica o especialista em perdas.

Santos ressalta que o mais importante a ser considerado é a realidade brasileira em relação à europeia. “A implementação de self checkouts no Brasil está ganhando impulso agora. Por isso, o parque instalado ainda é pequeno, o que naturalmente faz com que a participação das perdas provenientes desses equipamentos seja proporcionalmente menor. Entretanto, conforme crescem o número de equipamentos instalados e a participação dessas soluções nas vendas, a tendência é que as perdas nos caixas autônomos aumentem”, avalia.

“Isso não significa que o varejista não deve investir nesses equipamentos. Ao contrário, trata-se de algo necessário, pois o consumidor tem se inteirado cada vez mais com a tecnologia na pandemia. Além disso, as novas gerações, que já nasceram digitais, têm grande adesão a esse tipo de equipamento”, ressalta. Santos lembra ainda que a principal fricção numa compra é justamente a hora do pagamento. “Portanto, o alerta que vem do estudo é buscar prevenir o problema”, completa.

O especialista lembra que o estudo europeu identificou outro dado importante, vindo da análise dos vídeos referentes às transações feitas nos self chekcouts fixos: os produtos não registrados – ou seja, que não foram pagos pelo consumidor –, corresponderam a 0,44% do valor total dos produtos registrados nesses equipamentos. “Parece pouco, mas esse percentual representou, em média, 10% das perdas totaisdas loja”, afirma.

A falta de registro dos produtos no self checkout nem sempre é intencional. Santos explica que ocorrem situações muito semelhantes às vivenciadas nos caixas tradicionais. “A diferença é que lá o cliente pode contar com a ajuda da operadora”, comenta. Entre os problemas identificados estão código errado, erros de cadastro ou nas divergências nas etiquetas de preço.

Portanto, evitar perdas no caixa autônomo passa, sim, por ter câmeras de segurança na área em que estão instalados, mas também por melhorar a experiência dos consumidores com os equipamentos. Segundo o consultor da EAS, é importante manter um grupo de funcionários explicando como utilizar o autocaixa e ajudando o consumidor com dificuldades. Optar por softwares que tenham uma boa interface com o cliente também ajuda bastante. Afinal, quanto mais simples, melhor.

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