Como líderes podem preparar time para o pós-crise do Coronavírus

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Reportagem SA+ -

Carol Manciola, CEO da Posiciona Educação & Desenvolvimento, indica quais aspectos se tornaram fundamentais na relação dos gestores com a equipe

Ainda não é possível dizer quando, porém o fato é que a crise do Coronavírus vai passar e ninguém será o mesmo depois dela. Mas o que as empresas necessitam para passar por esse momento caótico, com mudanças como home office, aumento da pressão, medo, insegurança e estresse emocional? De acordo com especialistas, um aspecto fundamental é que líderes e colaboradores caminhando juntos.

Diante de um cenário tão novo, imposto por fatores externos, nenhuma solução está pronta. Mas algumas discussões não podem ser relegadas por empresas e pessoas:

Abundância x escassez

A visão antiga do líder que não chora, não se cansa e não pode se estressar não faz mais sentido.Ele (a) tem os seus momentos de vulnerabilidade, como qualquer pessoa. Um dos grandes desafios é exatamente esse: como equilibrar a coragem do líder com o medo de como as coisas serão daqui para frente?

Simplicidade x complexidade

Como lidamos com o medo de perder aquilo que já conquistamos? A resposta é: tornando as coisas mais simples. No entanto, nos deparamos com dilemas que são completamente novos e a tomada de decisão nunca foi tão desafiadora como agora.

Digitalização x humanização

Vivemos em uma era digital, mas nunca se falou tanto em humanizar as relações. E o que estamos vivendo agora é a prova disso. Temos comprovado que de fato a tecnologia não existe para afastar as pessoas, muito pelo contrário, ela está aí para encurtar distâncias. As relações estão sendo colocadas à prova, e começamos a observar que as pessoas próximas não são necessariamente aquelas com as quais convivemos diariamente. Em outras palavras, existe humanização no ambiente de digitalização.

Inovação x medo

O tempo todo se fala em inovar, se reinventar, encontrar outras maneiras de fazer negócios, de consumir, de comprar; e as organizações estão clamando para que os seus profissionais inovem – mesmo aqueles em home office. Porém, em momentos de crise o medo de errar aparece com mais força. Como destravar esse receio de arriscar, criando um ambiente de confiança que permita a inovação?

“A vida, definitivamente, precisará ser revisada. Mas como manter o equilíbrio em um momento em que tudo faz com que a gente surte? O papel da liderança nesse processo se torna crucial. Dentro de um ambiente corporativo há profissionais que na crise não sabem o que fazer, não sabem para quem perguntar e estão morrendo de medo. Quando se fala em revisar a vida, é principalmente sobre alguns paradigmas que eram tidos como certos", explica Carol Manciola, CEO da Posiciona Educação & Desenvolvimento . Ela exemplifica ao citar a resistência que as pessoas têm para qualquer tipo de mudança, mantendo comportamentos automáticos simplesmente porque "sempre foi assim".

Amplie o diálogo com a sua equipe

O líder precisa conversar, perguntar, diminuir o seu nível de inferência. Tudo o que as pessoas menos querem nesse momento são os “quês” sem os “porquês”. A recomendação para o líder é começar com o porquê, e sem tentar inventar uma explicação. Pergunte aos liderados o que eles gostariam que fosse feito neste momento, quais são as suas sugestões. Afinal, cada cabeça é um mundo, cada realidade é única. 

Para Carol Manciola, uma boa técnica para a área de vendas é o SPIN Selling, metodologia criada na década de 80 por Neil Rackham. Ela direciona os vendedores sobre as perguntas que devem ser feitas ao longo do processo de vendas para aumentar as taxas de conversão. São elas: Perguntas de Solução; Perguntas de Problema; Perguntas de Implicação; Perguntas de Necessidade de Solução.

“Esta é uma excelente técnica para os líderes aplicarem com os seus liderados. No mundo existem as pessoas que enxergam, as que enxergam quando mostramos e as que não enxergam. Ampliar o diálogo é ampliar a sua consciência e do seu liderado. Muitas vezes o seu liderado está convivendo com algo que ainda não parou para pensar no impacto daquilo, então quando se amplia o diálogo, você quer que a pessoa entenda que aquilo que você tem a oferecer, é também um problema para ela. Aquilo que você tem para oferecer vai resolver o problema dela enquanto pessoa, enquanto profissional, da empresa, do cliente e do mundo”, destaca a CEO da Posiciona.

Muitas vezes o líder fica focado em apenas falar para as pessoas como elas devem agir, com base em suas crenças. Todo esse processo de diálogo passa por uma mudança de comportamento. Quando você conversa com alguém, investiga alguém, você quer ter informações para tomar melhores decisões, e isso é algo que só vai conseguir fazer quando, de fato, tiver informações suficientes para que consiga ter base para falar para o outro e não pelo outro.

O líder tem que estar preparado para gerar segurança para manter a confiança. Tem que equilibrar vulnerabilidade com coragem. Enxergar que por de trás de cada profissional, existe uma pessoa. O equilíbrio em tomar decisões que são pouco impopulares, mas ao mesmo tempo fazer isso com base em tudo aquilo que escutou, dá legitimidade ao líder. E isso é algo que não pode faltar na liderança para esse momento. Precisamos de lideranças legítimas”, finaliza Carol Manciola.  

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