Varejistas de ES, MG e RJ falam dos planos para o 4º Trimestre

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Sheila Hissa -

Fim do auxílio emergencial, alta taxa de desemprego, inflação de alimentos e importados caríssimos são incertezas que pairam sobre o desempenho destes últimos três meses de 2020

Ouvidos por SA Varejo, executivos do RJ, MG e ES estão em estado de alerta. “É bem provável que haja queda no consumo do brasileiro porque a retomada econômica e a geração de emprego são sempre processos demorados”, comenta Filipe Martins de Andrade, diretor do atacarejo Mart Minas , que atua na vizinhança de Belo Horizonte (MG). “Também estou pouco otimista”, afirma Lucas Barcelos, diretor do grupo fluminense Barcelos . “Acho difícil alcançar os mesmos resultados do último trimestre do ano passado”, considera. A empresa tem 13 supermercados da bandeira Superbom , além de duas lojas Green Market, de alimentos saudáveis, e um atacarejo, todos na região de Campos de Goytacazes. Segundo ele, quando o desemprego é alto e as incertezas sobre o futuro crescem, as vendas perdem o fôlego.

Mesmo na capital fluminense, o otimismo é moderado. “A verdade é que está tudo duvidoso”, diz João Marcio Castro, gestor comercial da rede Princesa . “Os preços praticados por algumas indústrias estão fora da régua e os importados tornaram-se caros demais em função da alta do dólar”, explica. Ele dá o exemplo do azeite, cujo preço aumentou, inibindo o consumo.

A ruptura da indústria também preocupa os supermercadistas. No auge da pandemia, as entregas ocorreram velozmente, porém agora muitos fornecedores não conseguem honrar os pedidos. Alguns varejistas acreditam que eles estão com dificuldade em estimar a demanda diante do cenário de incertezas. Certas indústrias, por cautela, estariam represando a produção, revendo custos e preocupadas em recompor margens. Soma-se a isso a exportação de commodities, como arroz, que diminui a oferta no mercado interno.

Apesar dos desafios e das dificuldades em apostar no próximo trimestre, os varejistas continuam empenhados em fazer a sua parte. As iniciativas não param, e muitas prosseguirão nos próximos meses. Se há uma coisa de que o varejo alimentar não pode ser acusado é de paralisia.

Entender a jornada do consumidor em todos os canais, varejo, cash, farma, e-commerce, será o grande desafio a partir de agora, na opinião de varejistas como Thulio Martins, da rede mineira ABC, e José Neffa, da capixaba São José

SÃO JOSÉ
A rede atua em vários formatos, como o de lojas menores, com a Express, e maiores, que contam com restaurantes

Feitos e projetos
Se a concorrência já pesava no dia a dia das empresas, imagine agora. Quem ficar quietinho poderá facilmente ser atropelado pelas empresas que seguem em frente.

Mesmo com as retrações que o País enfrenta, várias redes investem, mudam, se adequam, tudo numa tremenda velocidade

REVISÃO TOTAL
Corte significativo do mix de produtos é uma das iniciativas que vêm sendo tomadas pela rede carioca Princesa. O sortimento tinha excessiva profundidade e a rede resolveu diminuir o número de SKUs de algumas categorias para reduzir o impacto do estoque no fluxo de caixa e a ruptura dos itens de alto giro. “Fizemos um mapeamento minucioso das vendas, estoques e processos antes de ajustar o mix”, conta João Marcio Castro, gestor comercial. Com a decisão, as entregas dos CDs para as lojas diminuíram em número de dias, o que ajudou a controlar custos. “O importante – e isso foi alcançado – é ter SKUs substitutos (em aroma, sabor, etc.) que atendam o consumidor e entrem na sua cesta ou não o impeçam de prosseguir com as compras”, explica.

REDE PRINCESA
A varejista carioca pretende reduzir sortimento para se ajustar aos desafios que vêm pela frente. Também está apostando no digital. Conta, entre outras iniciativas, com um aplicativo

O aplicativo da rede foi criado, porém a entrega começou por área de atuação, em vez de loja em loja. A operação começou em uma microrregião do RJ, depois se estendeu para a zona sul da cidade. Neste trimestre chegará a Niterói e, no começo do ano que vem, estará na região dos Lagos.

TREM DA EXPANSÃO
No atacarejo Mart Minas houve atraso em algumas obras por força da pandemia, mas ainda assim a rede vai inaugurar quatro lojas neste ano. “Nosso objetivo eram seis unidades, mas as outras duas serão entregues logo no primeiro trimestre de 2021”, conta Filipe Martins de Andrade, diretor comercial.

AJUSTE DO MIX
Com CRM e e-commerce implantados, a rede ABC deverá ajustar sortimento e ações, informa o diretor Thulio Martins.

“Também trouxemos para a empresa profissionais com pegada digital para acelerarmos o aculturamento da rede, o e-commerce e outras inovações”

João Marcio Castro
Gestor comercial do Princesa

Expansão acelerada
A mineira ABC está ampliando rapidamente seu número de lojas. Um dos focos das inaugurações tem sido o cash & carry

COMIDA ÁRABE
Duramente atingidos pela pandemia, os restaurantes dos supermercados São José (sete lojas) deverão retomar sua importância no negócio. Especializados em comida árabe, as unidades respondiam por 20% do negócio. “Agora que a prefeitura de Vitória (ES) autorizou a abertura dos restaurantes, apostamos num trimestre melhor”, diz o proprietário, José Neffa. Ele enfatiza ainda que redução de custos também está programada.

MAIS TECNOLOGIA
O Grupo Barcelos, do Rio de Janeiro, está investindo em ferramentas para automatizar processos e melhorar a produtividade do negócio. CRM, plataforma de BI, software de contratação de pessoas, software de treinamento – tudo rodando no 3º trimestre – são alguns exemplos. Paralelamente, a empresa está mapeando todos os processos com a ajuda de uma universidade do norte fluminense, a fim de identificar gargalos e melhorar a operação. Lucas Barcelos afirma que a pandemia e a crise não impediram o grupo de seguir em seus planos. Nos trimestres anteriores, inaugurou duas lojas da bandeira Green Market, especializada em produtos saudáveis e frescos, e o seu primeiro atacarejo.

“Temos que atender mais com menos para recuperar os resultados”

José Neffa
Proprietário do São José

“É preciso estar em contínuo desenvolvimento”

Lucas Barcelos
Diretor do Grupo Barcelos

GREEN MARKET: NOVO FORMATO
O Grupo Barcelos estreou um modelo de loja especializado em itens saudáveis e frescos. Com foco na experiência de compra, o sortimento traz produtos orgânicos e diversas opções vegetarianas

 

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