3 hábitos que cresceram pela migração do consumo de outros canais para o supermercado

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Alessandra Morita - alessandra.morita@savarejo.com.br -

Saiba como facilitar a compra desses produtos na sua loja considerando as restrições impostas pela quarentena

 
Que a quarentena trouxe para dentro de casa o consumo de produtos ou serviços que antes acontecia fora de casa, não restam dúvidas. Mas nem todo varejista tem tido tempo de pensar em como fomentar alguns desses hábitos durante o período de quarentena, criando assim comportamentos que podem perdurar mesmo quando tudo começar a voltar ao normal. 
 
Um exemplo é a compra de tinturas. Com os salões de cabeleireiros fechados, muitas mulheres estão pintando o cabelo em casa, com a ajuda de familiares. Estudo da Kantar apontou que, no Brasil, 28% dos consumidores se dizem propensos a pintar os cabelos sozinhos, sendo que 15% apontam tutoriais online como forma de aprendizado. 
 
 
Se uma parcela desse público entender que essa não é uma tarefa complicada, poderão se tornar clientes da categoria no varejo – desde que supermercadistas e fabricantes ajudem com explicações de qual tintura comprar e como fazer por conta própria
 
Uma situação mais evidente disso vem do fechamento dos restaurantes. Com o isolamento social, tem sido comum as pessoas buscarem nos supermercados produtos que substituam a experiência no canal em sabor e praticidade. Justamente por esse motivo a linha de pratos prontos gourmet da Seara vem registrando uma maior procura, como afirmou o CEO global da JBS , Gilberto Tomazoni, em uma live realizada pela XP Investimentos na semana passada. 
 
Por outro lado há consumidores que, em busca dessa experiência, têm encontrado um momento de prazer cozinhando mais em casa.  A AB Brasil , dona da marca Fleischmann, registrou um aumento de 30% no volume de vendas de fermento aos seus clientes em março deste ano em relação ao mesmo mês de 2019. Já as misturas para bolo cresceram 23% em igual período. 
 
“Quando olhamos para sell out (MTRIX e Scanntech), bolos cresceram, em média, 20% sobre março do ano passado e fermento, 148%, chegando a 750% em uma grande rede do Sul do País”, conta Luciano Albuquerque, diretor comercial da Fleischmann. Entre as receitas mais procuradas pelos consumidores estão as de pão caseiro, cuja busca disparou no google, segundo o executivo. 
 
Além disso, uma webserie com receitas de pão no Youtube atingiu 1 milhão de visualizações na semana passada. “No nosso site, que tem basicamente receitas, a alta nas visitas foi de 194%”, diz o diretor.  Com o giro maior, acredita ele, é necessário que o varejista analise a demanda da categoria desde a terceira semana de março a fim de definir possíveis ajustes de parâmetros e pedidos
 
Também é importante rever o espaço primário de exposição das categorias, principalmente do fermento. A ideia é evitar a ruptura. Utilizar espaços
extras, como pontas de gôndola, é uma das alternativas para equalizar a exposição com o atual consumo do produto. 
 
Outra alternativa é fazer algo mais temático, como cross merchandising com ingredientes para o preparo de pães. Entre eles estão: farinha, azeite, óleo, além do fermento instantâneo, que também podem ficar junto de recheios: calabresa, parmesão, azeitona etc. “Uma maneira de incentivar mais o hábito de fazer pão é expor esses itens perto da padaria, junto com receitas e explicações sobre o processo de preparo”, afirma Alexandre Borba Salvador, head de marketing da Fleischmann. 
 
Ele lembra ainda que o fermento fresco, que fica na área de refrigerados e tem pouca visibilidade, pode contar com apoio dos fornecedores para o desenvolvimento de materiais que atraiam o consumidor para sua presença nas geladeiras. 
 
Incentivar os consumidores que acreditam que é complexo fazer pão em casa também contribui para trazer novos consumidores para as categorias envolvidas com seu preparo. “Em pesquisas que realizamos constatamos que os principais mitos estão associados ao medo da sova e acreditar que é necessário ter formação específica”, conta o gerente de marketing.
 
Para vencer essas crenças, a AB Brasil faz as seguintes recomendação, que podem ser compartilhadas com os consumidores na loja física ou por meio digital: 
 
Muitas pessoas acreditam que a sova pode ser complicada e cansativa. Embora seja importante, não é necessário sovar demais durante o preparo. Na prática, o processo leva uns 10 minutos para a massa ficar lisa e homogênea
O tempo de preparo também assusta alguns consumidores. Pães de longa fermentação podem levar mais de um dia de preparo (com a massa repousando na geladeira). Porém, uma massa de pão caseiro simples (como o sovado ou algumas receitas do italiano) leva cerca de 2 horas de repouso
Sobre a necessidade de formação específica, é algo que pode ser vencido indicando tutoriais de preparo para os clientes da loja 
 
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