Programa de formação une necessidade de mercado a oportunidade de carreira

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Alessandra Morita - alessandra.morita@savarejo.com.br -

Ao relançar seu programa de formação de padeiros, confeiteiros, açougueiros e peixeiros, o GPA capacita profissionais de loja escassos no mercado e abre espaço para o seu desenvolvimento na empresa


OSCAR KARIM, padeiro formado na 1ª Turma da Escola de Formação de Eiros do GPA


O venezuelano Oscar Karim é um dos 30 profissionais que se formaram em setembro do ano passado na Escola de Formação de EIROS (padeiros, confeiteiros, açougueiros e peixeiros), reeditada pelo GPA em 2020, depois de passar por mudanças. Colaborador do Extra localizado em Guaianazes, na zona leste da capital paulista, o então operador de bazar, de 25 anos, frequentou diariamente durante dois meses a unidade da bandeira na Avenida Ricardo Jafet, onde participou do programa em período integral.

Assim que finalizou o curso, Oscar conseguiu uma vaga na padaria da filial onde trabalhava. Prestes a completar, em fevereiro, dois anos no Brasil, ele chegou a atuar nessa área na Venezuela. “Lá é diferente daqui, pois a produção é mais artesanal”, explica. O recém-padeiro comentou o interesse por essa área com seu gestor no bazar, o que lhe rendeu uma indicação para participar da Escola.

“Minha expectativa inicial pelo programa era aprender mais sobre produção de pães e ter maior conhecimento. Não sabia se ia dar certo, mas dia a dia no curso eu me desenvolvi, o que acabou me ajudando quando surgiu essa oportunidade de me transferir para a padaria”, avalia Oscar, que se diz feliz com a rapidez da sua recolocação. “Tudo deu certo e tenho tido apoio do meu novo chefe e dos meus colegas na nova seção”, diz ele. “Tenho feito muitos panetones [a entrevista a SA Varejo aconteceu em dezembro]. Mas quero me aprimorar em todos os tipos de pães”, planeja, com entusiasmo, o profissional

“Minha expectativa inicial pelo programa era aprender mais sobre produção de pães e ter maior conhecimento. Não sabia se ia dar certo, mas dia a dia no curso eu me desenvolvi, o que acabou me ajudando quando surgiu a oportunidade de me transferir para a padaria”

OSCAR KARIM
 

COMO É A ESCOLA DE EIROS

Três unidades das bandeiras Extra, Mercado Extra e Pão de Açúcar funcionam como escola na formação dos profissionais dessas áreas. Colaboradores da própria empresa são responsáveis por ministrar os cursos. Para participar, o pessoal da primeira turma teve indicação dos gerentes de lojas. O passo seguinte foi um processo interno que avaliou o perfil para as competências necessárias. “Neste ano, a ideia é alternar turmas de pessoas que são novas nessas áreas, para dar oportunidade a todos, e turmas compostas por colaboradores que já são auxiliares nessas seções”, explica Maria Schneider, diretora de RH do GPA.

Uma vez selecionados, os participantes passam por uma imersão, pois ficam em período integral nas unidades-escola – uma novidade em relação ao modelo anteriormente adotado pela empresa. O pessoal de açougue e peixaria é formado em 30 dias, enquanto o de padaria e confeitaria, em 60 dias. “Eles passam por avaliações e, no final, ganham diplomas. E, o mais importante, já saem aptos a iniciar o trabalho na área em que se formaram, conhecendo os processos de cada bandeira. Isso agiliza o aprendizado em duas a três semanas”, avalia Luis Otavio Oliveira Moura, gerente de desenvolvimento e formação técnica do GPA.

MUDANÇA NO NOVO MODELO DO CURSO

Em relação ao anterior, o modelo atual também procura desenvolver uma nova competência – a de “vendedor”. “Queremos que os colaboradores saiam do curso podendo sugerir aos clientes uma opção melhor de compra, seja uma carne, um pão ou outro produto. A ideia é que atuem próximos do consumidor atendendo às necessidades deles”, comenta Moura.
 

“A Escola de Formação de Eiros tem um viés social importante. Oferecemos às pessoas uma profissão técnica, dando mais oportunidades de desenvolvimento, ao mesmo tempo que formamos profissionais capacitados e que já conhecem nossos valores e processos”

LUIS OTAVIO OLIVEIRA MOURA
Gerente de desenvolvimento e formação técnica do GPA


“Nossa peixaria, por exemplo, vende muita tilápia e salmão, mas existe uma infinidade de peixes que o cliente não compra porque não sabe como preparar ou qual tipo de prato pode ser feito com ele. É muito importante gerar esse elo entre os clientes e a operação das lojas, agregando valor ao nosso atendimento e fidelizando os consumidores”, reforça o gerente.

ESCASSEZ DE PROFISSIONAIS

Entre os motivos que levaram à reedição do programa está a dificuldade de encontrar esses profissionais no mercado. “Conversamos com a área técnica e vimos que seria interessante retomar o projeto. Hoje, vemos que foi um sucesso e que veio para ficar”, comenta Maria Schneider. Segundo ela, é complexo definir o que leva à falta de profissionais, mas existem alguns fatores que podem ser considerados. Um deles é que, em outros canais, existe uma maior flexibilidade de horário, sobretudo nos finais de semana. Caso de açougues de bairro ou de feiras, que funcionam até determinado horário. Outro aspecto é que a área de perecíveis vem passando por mudanças, como uma maior gourmetização, o que exige profissionais cada vez mais qualificados e escassos no mercado.

Fotos: Divulgação

SETORES ESTRATÉGICOS

O investimento na formação desses profissionais também se explica pela importância da área de perecíveis. “Do ponto de vista do negócio, esses setores são vitais e têm grande relevância no varejo moderno. Eles contribuem para fidelização dos consumidores. Daí a importância de se ter pessoas bem capacitadas, trabalhando dentro de um bom padrão operacional”, explica o gerente de desenvolvimento e formação técnica do GPA. “Por isso, explicamos a todos o seu papel dentro da organização e a representatividade do que fazem”, completa.

PLANOS PARA 2021

Os planos para o ano que vem são ambiciosos. Serão 560 profissionais formados no programa. Outra novidade prevista já para este mês é a ampliação da Escola de Formação de Eiros para a comunidade da Maré, no Rio de Janeiro. Além de oferecer a possibilidade de ter uma profissão, a ideia é que as mulheres participantes tenham acesso a uma bolsa-auxílio. A iniciativa está sendo feita em parceria com organizações não governamentais.

A ESCOLA EM NÚMEROS

30 profissionais se formaram na 1ª turma do projeto em setembro/2020

sendo 20 padeiros/confeiteiros

10 açougueiros 

560 pessoas entre homens e mulheres serão capacitadas no programa em 2021

03 novas praças serão incluídas no projeto neste ano Recife (PE), Fortaleza (CE) e Brasília (DF), além das atuais São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ)

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