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(0 Avaliações)Alessandra Morita - 07/02/2023
As mudanças que vêm ocorrendo no comportamento do cliente estão transformando o trabalho e sua relação com a equipe precisa evoluir. Você já ouviu falar em contrato emocional? Isso pode ajudar
Foto: Stock Adobe
Em todo o mundo o consumidor passa por transformações. A mais marcante é a enorme complexidade na forma de se decidir por uma marca, um canal, uma rede ou uma loja. As pessoas querem soluções diferentes para os mais diversos momentos de consumo. O físico e o digital se misturam e um influencia na decisão do outro. Prever o que vem pela frente, só se for com base em dados.
É nesse contexto que o varejo enfrenta o desafio de se adaptar a um consumidor, que, além de complexo, se torna muito mais exigente e, em certos aspectos, imprevisível. Uma coisa, entretanto, não muda: a necessidade de as empresas contarem com profissionais – em todos os níveis – comprometidos com os clientes, alinhados às necessidades do negócio e capazes de acompanhar a evolução do mercado.
“As mudanças do consumidor modificam a maneira de se trabalhar para atendê-lo melhor. Por consequência, muda a forma de atrair, contratar e reter talentos”, afirmou Carlos Carvalho, CEO e Cofundador da Truppe!, especializada em desenvolvimento de tecnologias e formação de pessoas, durante sua apresentação no Interactive Retail Trends – Pós- NRF 2023, realizado pela Gouvêa Experience , que aconteceu no último dia 31 de janeiro na capital paulista.
A importância das pessoas nas empresas permeou, em maior ou menor grau, um bom número de palestras realizadas no evento. De aspectos culturais a atitudes que fazem a diferença, há muito o que se observar quando o assunto é o time interno.
Contrato emocionalPresente em 15 países e alcançando consumidores em 190, a JBS conta com mais de 250 mil colaboradores ao redor do mundo. A companhia está sob o comando de Gilberto Tomazoni desde dezembro 2018. Com o olhar de quem ocupa um posto global, o executivo acredita que o mais importante na atuação de um líder é ganhar a confiança do seu time e costurar o que ele chama de contrato emocional. Ou seja, um compromisso voluntário do colaborador com a empresa. “A conexão emocional pode criar as condições para que as pessoas atinjam seu potencial máximo”, disse à plateia presente no Interactive Retail Trends.
A cultura de uma empresa também cumpre o papel relevante de colocar todos sob o mesmo entendimento dos valores que regem as companhias. Para o CEO Global da JBS, ela nada mais é do que o jeito como se faz as coisas e como se trata os colegas, fornecedores e clientes. “Cultura é ter pessoas alinhadas ao que acreditamos e que façam as coisas do nosso jeito”, disse. “Um dos nossos valores é a simplicidade, mas o que isso significa pode ser diferente de uma pessoa para outra. Para nós, quer dizer seja simples, seja direto. Numa empresa não pode haver diferentes formas de entendimento sobre os valores”, ressaltou.
Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS, compartilha a importância de ter um contrato emocional com o time (Foto: Divulgação JBS)
Segundo Tomazoni, quando tem as melhores pessoas, as empresas podem escolher por onde ir, pois elas levarão a companhia para aquele caminho. No caso da JBS, a trajetória está bem clara. A empresa alcançou uma receita líquida de R$ 379,2 bilhões nos 12 meses finalizados no 3º trimestre de 2022. Uma de suas unidades mais importantes, a Seara, faturava R$ 8 bilhões quando foi comprada em 2013 e hoje movimenta cerca de R$ 50 bilhões. “Até 2025, queremos ter 10 marcas com faturamento de mais de US$ 1 bilhão”, afirmou o CEO da empresa.
Hoje, a JBS possui mais de 150 marcas em todo o mundo. Mesmo assim, tem uma atuação local nos mercados em que está presente. No Brasil, por exemplo, há uma série de projetos desenvolvidos em parceria com o varejo. Um deles é o Empório de Frios da Seara, que capacita as redes varejistas no fatiamento dos produtos, reduzindo perdas e garantindo padronização e excelência na execução.
Tecnologia e pessoas
A transformação dos negócios é latente no varejo. Dos e-commerces aos self-checkouts, dos programas de CRM às lojas autônomas, tudo isso leva à necessidade de novas habilidades, o que significa tanto atrair gente para dentro da empresa como qualificar o time. Carlos Carvalho, da Truppe! , reforçou que durante a NRF, que aconteceu em Nova York na metade de janeiro, houve muitos conteúdos focados na abordagem human-centric das empresas, além de iniciativas voltadas para as comunidades.
“O desafio sobre como utilizar a tecnologia voltada para a humanização, da atuação das equipes à gestão, também carrega a oportunidade de retorno para a rentabilidade do negócio”, afirmou Carlos durante o evento da Gouvêa Experience. “Afinal profissionais que trabalham diretamente com o raciocínio, conhecimento e relacionamento não poderão ser substituídos por inteligências artificiais e são fundamentais para atender negócios cada vez mais digitais”, completou.
Carlos Carvalho, da Truppe!, indagou sobre até que ponto a tecnologia poderá substituir a mão de obra humana (Foto: Divulgação)
O CEO e Cofundador da Truppe! também compartilhou algumas dicas práticas de como atrair e reter talentos. Para encontrar profissionais, ele recomenda utilizar as redes sociais, além de ter um site de carreiras funcional, usar plataformas de recrutamento, criar uma cultura de trabalho atraente e ser transparente com os candidatos.
Já a tarefa de reter talentos, segundo Carlos, passa por fazer com que os funcionários se sintam reconhecidos, oferecer treinamento para lidarem com o digital, permitir a flexibilidade na jornada e opção de trabalho remoto. Soma-se a isso ter um pacote de benefícios relevantes.
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