Na transformação digital, o digital entrou de gaiato

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Alessandra Morita - alessandra.morita@savarejo.com.br -

Romeo Busarello, VP de transformação digital da Tecnisa e professor de MBA explica: o uso de soluções tecnológicas é apenas uma parte da mudança

Essa é uma ideia importante que precisa ficar na cabeça do varejista: a transformação é da maneira de pensar o negócio e não de ferramentas. O uso de soluções tecnológicas é apenas uma parte da mudança, que vai viabilizar ganhos de produtividade e eficiência a partir do uso de dados. A principal evolução é o mindset, como ressaltou Romeo Busarello, professor de MBA no Insper, na FIA e na ESPM e VP de transformação digital da Tecnisa .

A companhia, no primeiro trimestre do ano, manteve vendas acima da meta em locais como o Distrito Federal e, apesar da crise, lançou a segunda fase do empreendimento Jardim Botânico, na capital paulista. De janeiro a março deste ano, a incorporadora e construtora faturou R$ 79 milhões, enquanto no ano de 2019 as vendas atingiram R$ 360 milhões. Veja a seguir as reflexões apresentadas pelo especialista durante o 7º Webinar da SA Varejo .


Romeo Busarello?
VP de transformação digital da Tecnisa e professor de MBA

INTELIGÊNCIA DO GRUPO

“A transformação não passa pelo digital, mas por questões mais simples, como o layout organizacional, que não pode mais ser vertical. Ele precisa ser horizontal, pois a inteligência do grupo é mais inteligente do que o mais inteligente do grupo. Passa também por questões de liderança, já que há atitudes que não são mais admissíveis. Uma coisa é certa: transformação tem começo, mas não tem meio e não tem fim. Não se faz transformação com e- -mails e discursos motivadores. Mudança se faz com mudança.”

“Intimidade será fundamental.
Vejo que tem uma
movimentação no varejo
para incrementar o CRM.
Isso é importante, pois
é a base de tudo. Sem
estruturar as informações
não se consegue ter
uma atitude precisa.
Acabou a era da gambiarra”

PRECISÃO DE DADOS

“Uma das coisas que mais me encantaram a última vez que estive na China é que eles estão tão avançados em dados, que primeiro eles entregam e depois vendem. A precisão das informações é tão grande que, por exemplo, se você, todas as quartas-feiras às 21h45, pede uma pizza enquanto assiste aos jogos do Palmeiras, eles mandam entregar na sua casa nesse horário e dia sem que você tenha feito o pedido. Se a pessoa não estiver em casa, tudo bem, a perda está contemplada no custo. Mas, pelo menos, sabe-se que o consumidor não ligou para o concorrente. Quando olho o Brasil, reconheço que vai demorar. Na China, estão formando 3,5 milhões de pessoas por ano em ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática. Aqui formamos 65 mil pessoas. Não tem gente qualificada para tocar projetos com esse nível de sofisticação.”

“A curva
de esquecimento
hoje é mais
importante
para os
profissionais
do que a de
aprendizado”

INTUIÇÃO X INTIMIDADE

“A intuição vai permanecer, mas com intensidade menor do que no passado. Já a intimidade virá de ter minimamente uma jornada de dados, o que permitirá tomar decisões mais precisas. Por exemplo: identificamos que o segundo maior fluxo de pessoas que visitavam nosso site vinha dos EUA e constatamos que há uma grande comunidade de brasileiros que moram lá e que estavam interessados em adquirir imóveis no Brasil em função do dólar na casa de R$ 5, o que barateia o custo em moeda brasileira. Fomos na Globosat e compramos um pacote de R$ 50 mil em inserções de comerciais e jogamos para as pessoas que moram naquele país. Tivemos um resultado espetacular. Mas a sacada não veio de um ‘achismo’. Veio da análise de dados. Esperamos converter a compra nos próximos 45 dias, já que nossa venda demora em torno de 70 a 90 dias entre o primeiro contato até a efetivação da compra.”

EMPRESA UNIVERSITÁRIA

“Para trabalhar dentro de uma filosofia de transformação e com base em dados, é preciso ser uma empresa universitária, capacitando as pessoas a ter senso analítico. Essa filosofia exige pessoas talentosas nesse sentido. Hoje, quem tem esse perfil quer trabalhar em companhias em que possam aprender, criar valor e que tenham senso claro de propósito. Essas pessoas querem uma autonomia maior e não aceitam mais empresas geridas à base do PCC (Planejamento, Comando e Controle). E aí só tem uma saída: estive no iFood e lá comentaram que o grande negócio antes da pandemia seria a criação de uma universidade. Eles têm 400 mil bares e restaurantes que precisam ser capacitados para não perder vendas. Esse é o caminho para as empresas: formar seu pessoal em competências mais analíticas.”

“Conteúdo
é a nova
publicidade.
Precisamos
rastrear esse
conteúdo e
transformar
em dados”

Confira as outras 3 matérias de nosso especial sobre Transformação dos Negócios:

 

Para reinventar sua empresa, o feito é melhor do que o perfeito

É hora de filosofar menos e fazer mais

É preciso ter vontade e estar disposto a aprender coisas novas

 

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