Jornada de conveniência cai, enquanto compras de urgência crescem

Pesquisa Kantar mostra também que atacarejo atingiu 73% dos lares brasileiros, mas os novos compradores consumiram menos

Foto: iStock

Depois de as compras de abastecimento crescerem por conta do isolamento social, agora, com o avanço da vacinação e o fim das restrições, elas apresentam queda. Em contrapartida, as compras de proximidade e de urgência avançam.

Isso é o que mostra a nova edição do relatório Consumer Insights, da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, aponta importantes mudanças em 2021. De acordo com o documento, pela primeira vez nos últimos 3 anos, as compras de abastecimento representaram menos da metade do volume total comprado pelo brasileiro, passado de 52,6% em 2019, para 49,6% ano passado, dando lugar a compras de proximidade e urgência. O comércio eletrônico não sustentou o ritmo acelerado e se estabilizou, num momento que os casos de Covid-19 diminuem e o isolamento social terminou.

Os principais destaques de 2021 foram os canais de atacarejo e pequeno varejo. Atacarejo atingiu 73% dos lares brasileiros, mas os novos compradores (26,6%) consumiram menos nesses pontos de venda. Apesar das compras maiores, o canal foi o que mais apresentou queda no número de categorias no segundo semestre de 2021. Cresceu 12 pontos de penetração (hoje são 43,2 milhões de compradores) em comparação a 2020, mas registrou retração de 16% em volume comprado (atualmente 170 kg por ano por brasileiro), o que pode ser explicado pela alta dos preços e a necessidade do consumidor em equilibrar gastos.

No segundo ano da pandemia, os canais menores e de proximidade também apresentaram boa performance, evidenciando que conveniência é fator de escolha na hora de comprar. O pequeno varejo conquistou 7,6 milhões de novos lares compradores em relação ao ano pré-pandemia (2019) e hoje representa o maior valor total gasto (23,6%) pelo brasileiro nos canais de compra de bens de consumo massivo (FMCG). Os canais de supervizinhança também foram destaque, alcançando mais 1,8 milhão de domicílios compradores, com destaque para o ganho de penetração no estado de São Paulo, onde já atinge metade dos lares.

O comércio eletrônico, que vinha com forte ascensão desde o início da pandemia em 2020, agora se estabiliza, com as pessoas voltando para as ruas. Foi positivo em ganho de penetração (3,6 p.p.) no último trimestre de 2021 em comparação ao mesmo período de 2020, mas negativo em unidades (-26,6%) no mesmo intervalo.

Já o meio de acesso puro (venda através de site ou aplicativos próprios de players que só operam online) registrou incremento de 215,7% no segundo semestre de 2021 ante os seis primeiros meses do mesmo ano, e que o atacarejo foi um dos canais que mais contribuiu positivamente para o online no segmento não puro no 2º semestre.

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