Carrefour perdeu mais de R$ 2 bilhões em valor de mercado

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Fernando Salles -

Morte de cliente negro em loja da rede também gerou perdas financeiras a outras empresas do varejo alimentar com capital aberto na Bolsa de Valores

                              

                                                                                                 Foto: iStock

No primeiro dia útil após seguranças terceirizados do Carrefour espancarem e asfixiarem o cliente negro João Alberto Silveira Freitas, em uma loja de Porto Alegre (RS), a rede varejista perdeu R$ 2,2 bilhões em valor de mercado com a queda de 5,35% no valor das ações no Ibovespa

O efeito financeiro das cenas, descritas como "insuportáveis" pelo próprio CEO Global do Carrefour, Alexandre Bompard, respingaram até em varejistas concorrentes com capital aberto: as ações do GPA apresentaram queda de 3,97% nesta segunda-feira (23/11), enquanto no Grupo Mateus, novato na Bovespa, as perdas foram de 1,96%. Tudo isso em um dia em que o principal índice da Bolsa de Valores brasileira fechou em alta de 1,26%.

Mesmo que as perdas financeiras sejam revertidas pelo Carrefour nas próximas semanas ou meses, o mercado brasileiro pode estar assistindo a uma inédita relação de causa e efeito entre ações irresponsáveis – do ponto de vista social e humano – e prejuízo financeiro à empresa envolvida no caso.

Da pior forma possível, a ação trágica que tirou a vida de João Alberto mostra aos gestores do varejo alimentar brasileiro que não basta apenas buscar a excelência em questões comerciais e operacionais. Cada vez mais, o que se espera de empresas que fazem parte do dia a dia das pessoas é que zelem e ajudem a disseminar entre a comunidade valores primordiais à sociedade , como ética, respeito à vida e à diversidade. E que façam isso o tempo todo, mesmo nas situações mais tensas.

Setor vai discutir políticas antirracistas

Redes do varejo alimentar começaram a se movimentar para discutir, conjuntamente, a prática de políticas antirracistas. Conforme informação do jornal Valor Econômico , a questão deve ser debatida na Abras (Associação Brasileira de Supermercados) com a participação dos gigantes Carrefour, GPA e Grupo Big.

Um dos assuntos que mais tem preocupado o setor desde o caso ocorrido em Porto Alegre (RS) são as formas de melhorar o controle do comportamento de profissionais terceirizados, maioria absoluta entre aqueles que fazem a segurança nas redes supermercadistas.

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