Carrefour aposta em hipermercados e vai converter 47 lojas Big em hiper

As mudanças estruturais de lojas vão levar dois meses para serem concluídas, e a troca de bandeira apenas três dias

Foto: Divulgação

Durante teleconferência com investidores, executivos do Carrefour Brasil informaram que dos 80 pontos de venda do Grupo Big, 47 serão convertidos em hipermercados. A companhia mostrou que pretende manter parte da estratégia do Walmart, que era ser tornar um híbrido entre hipermercado e atacado, com ofertas selecionadas todos os dias.

De acordo  Stéphane Maquaire, CEO do Grupo Carrefour Brasil, e David Murciano, CFO da companhia, presentes no call, as grandes lojas criadas para este fim não devem ser completamente extintas ao longo dos próximos anos. Os executivos afirmaram que outros dois motivos estão relacionados ao fato de ser a melhor bandeira para conciliar expansão com a capacidade de ampliar serviços de e-commerce (hoje, o modelo de retire em lojas está presente em 224 lojas Carrefour) e à oportunidade de vender produtos com tíquete médio mais elevado via cartão Carrefour. 

Os analistas que participaram da teleconferência questionaram a mudança. Maquaire ressaltou que não é um posicionamento definitivo, mas uma tentativa de conciliar o ecossistema de serviços que o Carrefour oferece. “Vamos avaliar de forma contínua todas as nossas lojas e, se necessário, promover mudanças ao longo do tempo”, afirmou.

Os executivos não detalharam o investimento por tipo de negócio, mas afirmaram que mudanças estruturais de lojas vão levar dois meses para serem concluídas, enquanto trocas de bandeira serão feitas em apenas dias.

Para Guilherme Camacho, analista da Neo Investimentos, o Carrefour pode se beneficiar com esse movimento. “É uma empresa que acredita no formato de hipermercado, muito apoiada no discurso de que hoje está em baixa, mas no futuro pode ganhar força. Além disso, eles são a única empresa com presença desse formato no Brasil todo, pós-aquisição. Por enquanto, não vemos nenhuma migração nesse sentido, mas, de fato, se a renda melhorar e as pessoas começarem a fazer a migração oposta, do atacado para o varejo, a companhia vai se beneficiar”, avaliou.

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