BRF, JBS e M. Dias: aumento de vendas e variações no share

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Alessandra Morita – alessandra.morita@savarejo.com.br -

Saiba quais foram os maiores desafios e destaques dessas empresas no último trimestre, que impactaram diretamente nas gôndolas do seu supermercado

Oscilações de market share, ruptura, avanço das inovações e foco em itens de maior valor agregado. Os meses de abril a junho de 2020 foram marcados por bons resultados no mercado interno, mas também grandes desafios para três dos principais fornecedores do varejo alimentar, que têm capital aberto e publicam trimestralmente seus balanços: BRF , JBS e M. Dias Branco . Entenda o que está por trás de muitas decisões que se refletiram nas gôndolas do seu supermercado e fique atento às próximas movimentações.

BRF: sobe e desce no market share

A companhia apresentou um crescimento de 13,7% no mercado interno, alcançando receita líquida de R$ 4,6 bilhões no segundo trimestre deste ano em relação a igual período de 2019. Mesmo avançando, a BRF enfrentou desafios, como a ruptura em algumas linhas. “Tivemos impacto no atendimento de determinados mercados e produtos, dependendo do momento, em função de paralisações das atividades em certas unidades”, afirmou Lorival Luz, CEO global da empresa, em videoconferência de resultados, realizada na quinta-feira passada (13/08).

O executivo lembrou ainda que muitos colaboradores foram afastados por segurança, seja por estarem no grupo de risco ou por outras razões, o que também alterou a dinâmica de produção nas plantas. Isso influenciou a produtividade, uma vez que não havia pessoas suficiente para trabalhar em todas as linhas de produtos, levando a empresa a priorizar as de maior volume. “Em Rio Verde (GO), nossa maior planta de processados, proativamente interrompemos a produção e fizemos a maior testagem em massa, de quase 9 mil pessoas. Aguardamos os resultados para, então, voltarmos com segurança à nossa produção”, explicou o CEO.

Como consequência, a companhia fechou o bimestre maio/junho com uma perda de 0,4 ponto percentual sobre os dois meses anteriores em sua participação de mercado em valor (dados Nielsen), que atingiu 43,4%. Embutidos e frios foram categorias que registraram queda. No primeiro caso, a BRF saiu de 37,5% no bimestre março/abril para 35,8% em maio/junho. No segundo, a queda foi de 49,8% para 49,2%. Em contrapartida, houve ganho em margarinas, de 2,4 pontos percentuais, totalizando 58,4%. Nesse caso, o período auditado diz respeito a abril/maio, contra fevereiro/março. Mesmo caso dos congelados (considerando todas as marcas da empresa), cujo market share alcançou 46,2%, ante 45%.

Durante a videoconferência, Luz enfatizou que a companhia vem investindo em produtos de maior valor agregado. “Cerca de 80% dos nossos itens são de maior margem, que carregam a fortaleza das nossas marcas”, ressaltou o CEO. A empresa lançou no Brasil 56 SKUS com esse perfil neste ano. Sidney Manzaro, vice-presidente de mercado Brasil da BRF, também reforçou na videoconferência a importância do movimento de inovação da companhia. “Até há algum tempo, os novos itens tinham representatividade de 2% na empresa. Hoje, respondem por mais de 4%”, disse. Segundo ele, existe uma demanda do consumidor por produtos de maior conveniência e praticidade. “E nós temos o papel de fomentar o crescimento de itens de valor agregado, por meio da comunicação das nossas marcas e do lançamento de produtos que atendem novas tendências, garantindo acessibilidade do consumidor em diferentes canais, seja digital, offline, B2B ou B2C”, avaliou Manzaro.

JBS: hábitos que vieram para ficar

Os produtos de maior valor agregado também foram assunto na teleconferência da JBS, que aconteceu na sexta-feira (14/08). Os processados da Seara apresentaram uma alta de 12,3% em volume e de 8,9% em preço médio de venda. Sob a perspectiva de marca, Seara completou 12 meses na liderança do mercado de congelados, com uma participação de 23,8% (também dados da Nielsen). Segundo a companhia, isso representa 1,8 ponto percentual a mais sobre a segunda marca (individual) da categoria.

Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, avaliou que o consumo de processados apresenta tendência de aceleração, acentuada com a pandemia. “O consumidor vem procurando produtos fáceis de preparar e cozinhar, e também os saudáveis e seguros. Tem buscado ainda levar para casa a experiência gourmet do restaurante”, disse. Segundo o executivo, pesquisas indicam que hábitos surgidos nesse período deverão ser mantidos, o que envolve produtos com esses atributos. Os itens de maior valor agregado e marcas já faziam parte da estratégia da companhia antes da crise do novo Coronavírus e, conforme Tomazoni, terão uma participação cada vez maior na companhia.

No segundo trimestre, a Seara apresentou receita líquida no Brasil de R$ 2,9 bilhões entre abril e junho de 2020, uma alta de 9% sobre iguais meses de 2019. Em contrapartida, a JBS Brasil – responsável pelo segmento de bovinos – avançou 0,8% no período, registrando vendas líquidas de R$ 4,3 bilhões.

M. Dias: lançamentos crescem 113%

As inovações também foram abordadas durante a teleconferência a M. Dias Branco, no dia 10/08. Segundo a companhia, os produtos lançados nos últimos 24 meses movimentaram R$ 77,9 milhões no segundo trimestre deste ano. O valor é 113% superior ao registrado no mesmo período de 2019. A indústria também apontou a crescente preferência da marca Vitarella, que, de acordo com a pesquisa de Brand Footprint da Kantar , é uma das Top 10 da categoria de biscoito no País.

Nesse segmento, em comparação ao 1º trimestre deste ano, a empresa ampliou em 1,2 ponto percentual sua participação em volume, alcançando 34,5% entre abril e junho, conforme dados da Nielsen. Já em massas, o market share aumentou para 34,9%, contra 31,7% dos primeiros três meses do ano.

A companhia também está acelerando seus negócios digitais e disponibilizando seus produtos em plataformas como as da Lojas Americanas, Submarino, Shoptime, Magalu, Sou Barato e Rappi.

A receita líquida da M. Dias Branco foi recorde no 2º trimestre, com um crescimento de 22,2%. Com isso, alcançou R$ 1,9 bilhão. O volume comercializado foi de 536 mil toneladas, o que representou uma expansão de 19%.

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