Carrefour reduz participação das promoções em 10 pontos percentuais

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Alessandra Morita – alessandra.morita@savarejo.com.br -

Gigante aposta em preços mais estáveis nas lojas, com descontos constantes ao longo da semana. O número de produtos em oferta caiu 60%. E as mudanças não param por aí

A participação das promoções nas vendas da divisão de varejo do Carrefour caiu de 36% no período anterior à pandemia para os atuais 26%. Essa redução impactou positivamente nos números desse segmento no segundo trimestre deste ano, como foi demonstrado pela empresa durante videoconferência de resultados, realizada ontem (28/07). Segundo Luis Moreno, CEO do braço de varejo da empresa no Brasil, o número de produtos promocionados caiu em torno de 60%

O executivo explica que foram eliminadas as promoções de um dia, que normalmente ocorriam no sábado ou na quarta-feira, e que hoje elas duram em torno de uma semana inteira. Além de manter os preços mais estáveis, a medida ajuda na segurança das lojas, evitando atrair um grande número de pessoas ao mesmo tempo. É importante lembrar ainda que, na quarentena, os consumidores passaram a fazer suas compras de maneira mais diluída ao longo da semana, o que também justifica a nova estratégia comercial do Carrefour.

Outras mudanças importantes

A divulgação das promoções passou a ser feita em canais digitais em vez de TV. A economia permitiu à empresa investir em outras frentes relacionadas a preço. Uma delas foi baratear 200 itens de marca própria. Outra iniciativa foi ser mais competitivo nas commodities, pois são produtos de grande necessidade por parte dos consumidores. A companhia implementou ainda um programa em que oferece, em 39 categorias com mais de 80% de penetração nos lares, a opção mais em conta do mercado. As ofertas de hortifrútis também passaram a acontecer durante a semana toda, com descontos permanentes de cerca de 10%.

Com todas essas medidas, a divisão de varejo conseguiu diminuir custos. Só a troca de etiquetas teve uma queda de 40% a 45%. Segundo o balanço divulgado do 2º trimestre, o SG&A (despesas com vendas, administrativas e gerais) registrou uma queda de 3,96 pontos percentuais sobre 2019, descontando-se os gastos adicionais exigidos para adequação ao combate à Covid-19. “Também tivemos ganhos na logística e na produtividade em loja, que subiu 25%”, afirma Moreno. A margem bruta atingiu 25,3%, recuperando-se em 1,4 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre deste ano.

Segundo ele, a companhia está satisfeita com esse modelo. “Também temos olhado o consumidor de maneira individualizada por meio do nosso programa de fidelidade. Aumentamos em mais de 40% os clientes recorrentes e tivemos uma queda de menos de 10% naqueles que só iam atrás de promoções agressivas”, afirma o CEO do Carrefour no segmento de varejo.

As vendas brutas dessa divisão atingiram R$ 5,8 bilhões entre abril e junho, o que representa uma alta de 19,3% em relação a iguais meses de 2019. Moreno ressalta que, no período, o market share cresceu duas vezes. Só no formato hipermercado, a participação saiu de 6,5% para 18,9%. Para ele, há três fatores que explicam esse avanço. O primeiro foi que, a partir do que acontecia na Europa, a companhia antecipou medidas de segurança e cuidados nas lojas, fazendo com que funcionários e clientes se sentissem mais seguros em frequentá-las. O segundo ponto foi adiantar o equivalente a um mês de vendas o abastecimento de categorias e produtos importantes, reduzindo possibilidade de ruptura. E, por fim, a simplificação do modelo promocional, que também impactou a preferência do consumidor.

Preparação para o futuro e surpresas

Mais importante do que se preparar para resultados pontuais, Noël Prioux, CEO da companhia no Brasil, ressaltou que a empresa se organizou para o crescimento futuro. “Vai ser difícil seguir o Carrefour. O que temos feito vai nos proporcionar condições para crescer no próximo trimestre. E temos outras surpresas que vêm por aí”, diz o executivo. Essas “surpresas”, adiantou Luis Moreno, dizem respeito ao desenvolvimento de estratégias para manter os clientes, sobretudo os conquistados recentemente, dentro do seu ecossistema.

Neste segundo trimestre, o Carrefour, considerando todos os formatos e serviços, alcançou uma receita bruta de R$ 17,6 bilhões, com aumento de 15,4% sobre igual período do ano passado. O Atacadão, bandeira de atacarejo, faturou R$ 11,8 bilhões, o que representa um crescimento de 13,5%.

No conceito mesmas (unidades abertas há mais de 12 meses), a evolução das vendas foi de 8,6% no braço de cash & carry e de 30,3% no de varejo, impressionando os analistas do mercado financeiro que participaram da videoconferência e provocando perguntas sobre a manutenção de um crescimento sólido nos próximos trimestres. O lucro líquido consolidado (com todas as operações) foi de R$ 713 milhões de abril a junho de 2020, uma alta de 74,9% em comparação a iguais meses do ano anterior.

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